Meu pai. Apesar das diferenças, somos tão parecidos
Era um desses almoços em que reunimos a família para comemorar o Dia dos Pais. Um dos meus irmãos relembrou quando ele era criança e perguntou ao meu pai por que ele também não era filho, assim como o nosso outro irmão. Rimos à mesa. É que esse outro irmão possui o mesmo nome do papai, e, por isso, recebeu Filho após o sobrenome. Menino curioso, meu irmãozinho não se conformava que só o irmão mais velho era, pelo menos no nome, “filho” do nosso pai.
Fiquei olhando para o papai. Reparei o cabelo grisalho e as rugas ao redor dos olhos. Tentei me lembrar de como ele era mais jovem e recordei algo que estava perdido nos esconderijos da minha memória: nunca fui parecida com ele. Desde pequena, ouço as pessoas dizerem que sou a cara da minha mãe. Até a voz é parecida, dizem. E é lógico que sempre me orgulhei disso, afinal, acho minha mãe muito bonita. Mas, assim como meu irmão, eu também queria ter algo do papai.
Outro dia, um amigo me disse que é praticamente igual ao pai na forma física e totalmente diferente no jeito de ser. [...] Ao ouvir isso, passei a reparar nos detalhes e nas pequenas coisas do meu dia a dia: a preocupação e os cuidados com os animais de estimação, o jeito de lidar com as adversidades e os problemas, o gosto por certos alimentos e bebida, a cara amarrada quando estou de mau humor e o coração mole quando estou feliz. Foi uma revelação: descobri que herdei a genética da minha mãe e a personalidade do meu pai.
Então me lembrei do cajueiro que plantamos, eu e ele, com nossas mãos grandes e pequenas, no jardim da casa da minha infância. Com o aroma dos cajus, a memória de filha foi se preenchendo com as idas ao clube ao final da tarde (enquanto ele jogava futebol, eu brincava com as amigas), com as pescarias de lambaris com vara de bambu, com os lanches e os sorvetes e o jeito de molhar o pão no café com leite. Meu pai. Apesar das diferenças, somos tão parecidos.
O Dia dos Pais é uma data comercial, como tantas outras. Mesmo assim, como nos outros dias comemorativos, somos invadidos por lembranças e sentimentos. [...]
BEDONE, Rebeca. Meu pai. Apesar das diferenças, somos tão parecidos. In: Revista Bula. Disponível em: . Acesso em: 4 fev. 2021. Fragmento. (P111022I7_SUP)
O trecho desse texto que apresenta a contextualização da narrativa é:
“Era um desses almoços em que reunimos a família para comemorar o Dia dos Pais.”. (1º parágrafo)
“É que esse outro irmão possui o mesmo nome do papai,...”. (1º parágrafo)
“E é lógico que sempre me orgulhei disso, afinal, acho minha mãe muito bonita.”. (2º parágrafo)
“Ao ouvir isso, passei a reparar nos detalhes e nas pequenas coisas do meu dia a dia:...”. (3º parágrafo)
“O Dia dos Pais é uma data comercial, como tantas outras.”. (5º parágrafo)
Respostas
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56
Resposta:
Letra A
Explicação:
Não tenho certeza meu amô
Anônimo:
néh
respondido por:
11
A) “Era um desses almoços em que reunimos a família para comemorar o Dia dos Pais.”. (1º parágrafo)
O texto se caracteriza pela existência de um narrador personagem.
Na Literatura e na Língua Portuguesa, o narrador personagem normalmente está inserido na história, participando dela na primeira pessoa.
O narrador personagem geralmente participa diretamente da história. Portanto, ele conta os fatos da história a partir do seu próprio ponto de vista, assim como as suas deduções e pensamentos.
Existem três tipos de narradores:
- Narrador personagem;
- Narrador observador (não participa da história, apenas conta os fatos de maneira imparcial);
- Narrador onisciente (narrado em terceira pessoa e sabe de tudo sobre os fatos e personagens).
Saiba mais em: brainly.com.br/tarefa/20719193
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