Respostas
Resposta:
partir do século XII, a imagem de Maria se impõe
na sociedade medieval, através do culto mariano que
tem início no século XI, no Ocidente. Essa intensa
valorização da imagem de Maria, na Idade Média,
intensificou a presença e a promoção feminina na
religião.
Resposta
Talvez se possa dizer que as religiões estão entre os campos que sofreram mais fortemente os impactos do feminismo, seja pelas mudanças provocadas nas práticas religiosas das mulheres, seja pela influência sobre o desenvolvimento de um novo discurso — a Teologia Feminista. Os efeitos da crítica feminista às religiões foram também dos mais contraditórios: do abandono de qualquer fé religiosa pelas mulheres, à criação de espaços feministas de espiritualidade de vários tipos, expressando uma enorme criatividade e efervescência.
Na área das Ciências Humanas, no entanto, o desenvolvimento de uma análise feminista das religiões que tomasse em conta as diferentes formas pelas quais as relações entre os sexos moldam práticas, representações e discursos religiosos, foi bem mais lento.
Explicação:
Quando, em 1985, comecei o doutorado, meu objeto de estudo era a relação mulheres e religião. Deparei-me então, com um problema de caráter teórico-metodológico. Ao buscar um quadro de análise oriundo das Ciências Sociais, que me permitisse analisar, de uma perspectiva feminista, essa complexa relação, percebi um enorme vazio, já antes observado, quando estudei as religiosas católicas. De um lado, para o feminismo laico — para nomeá-lo, de alguma maneira –, era como se, lembrando Marx, a crítica da religião já estivesse feita, o anátema lançado, e nada mais houvesse a tratar. Da parte da abordagem sociológica das religiões, o feminismo, enquanto proposta de análise, não existia. Parecia academicamente impróprio interrogar a realidade religiosa do ponto de vista das diferenças colocadas pelas relações sociais estabelecidas entre os sexos. Assim, abordar sociologicamente o tema religião, perguntando pelas mulheres, do ponto de vista da crítica feminista, era como andar sem bússola pelo deserto. No entanto, havia já na Europa, e mais fortemente nos Estados Unidos, uma considerável bibliografia crítica feminista elaborada por teólogas cristãs. Woodhead faz um balanço semelhante:
Até recentemente, o tópico gênero esteve quase ausente da agenda do estudo da religião. A situação mudou em parte como resultado da chamada "segunda onda" do feminismo, que se desenvolveu depois dos anos 1960. Suas perspectivas e análises, gradualmente, influenciaram muitas disciplinas que compõem o estudo da religião, da história a antropologia.1
Hoje, a situação é bastante diferente. Nas últimas décadas, não só a crítica interna estendeu-se a outras religiões não-ocidentais, como também os estudos acadêmicos feministas das religiões desenvolveram-se, para além da teologia. Já se pode encontrar um expressivo número de análises feministas da religião, em diferentes campos disciplinares: Sociologia, Antropologia, História, Psicologia, Filosofia, para nomear alguns.
No presente texto pretendo abordar esse processo de desenvolvimento de um campo próprio de estudos da religião inspirados no Feminismo, como corrente do pensamento contemporâneo. Não se trata, de forma alguma, de um trabalho exaustivo. Ao contrário, fico especialmente em dívida com a bibliografia brasileira, tanto no campo da Teologia, como no campo das Ciências Sociais e da História.
e Explicação: