Respostas
nesta primeira estrofe, o sujeito começa por contar a sua história. Já a princípio, existe a ideia de que está predestinado, de que seu destino foi marcado por um "anjo torto" assim que nasceu. Deste modo, se assume como alguém que sempre vai "ser gauche na vida"
nesta segunda estrofe começa com uma personificação: as casas, como se fossem pessoas, observam o movimento das ruas. Como se estivesse distanciado, apenas numa posição de observador, o sujeito descreve aquilo que está vendo.
Referindo que os homens "correm atrás de mulheres", parece exemplificar a procura desesperada do amor, a solidão e também o desejo, que muda até a cor do céu.
nesta terceira estrofe Ainda numa posição de observador, como se estivesse sempre do lado de fora da ação, nesta estrofe a impressão de isolamento do sujeito aumenta.
No bonde, quando fala que vê um monte de pernas, o eu-lírico está usando uma metonímia (recurso expressivo que toma a parte pelo todo). Aquilo que está sendo sublinhado é a ideia de que existem muitas pessoas nas ruas, uma multidão à sua volta.
A existência de tanta gente ao seu redor, tanta gente no mundo, parece causar um sentimento de aflição no sujeito, que pergunta a Deus para quê.
nesta quarta estrofe o olhar do sujeito se volta para si mesmo. Se descrevendo como "sério, simples e forte", parece corresponder à imagem de resiliência que era esperada de um homem adulto.
Contudo, nos versos seguintes, o sujeito mostra o que existe além dessa imagem exterior. É um indivíduo fechado, incomunicável e bastante solitário.
No meio de tanta gente, naquela que parece ser uma cidade grande, é esmagadora a sensação de abandono que vai, gradualmente, tomando conta do eu-lírico.
nesta quinta estrofe O crescendo de tristeza, solidão e desespero do sujeito atinge o seu pico na quinta estrofe do poema. Aqui, temos uma espécie de grito de socorro, de súplica a Deus.
Trata-se de uma referência bíblica que parafraseia as palavras de Jesus Cristo quando está sendo crucificado.
É evidente o seu sofrimento e também as sensações de desamparo e orfandade. Sem direção, sem apoio na terra nem no céu, este sujeito está sozinho no mundo.
A passagem reforça a ideia de humanidade do eu-lírico: não é Deus, é apenas um homem, por isso é "fraco", vulnerável, falível.
nesta sexta estrofe Refletindo sobre a imensidão do mundo, é notório que o sujeito se sente pequeno, insignificante perante todo o resto. Nesta estrofe, podemos encontrar uma reflexão sobre o próprio fazer poético.
Ao afirmar que "seria uma rima, não seria uma solução", podemos depreender que o sujeito está declarando que escrever poesia não resolve os seus problemas com a vida.
Mesmo assim, pode ser uma forma de acessar o seu eu mais profundo. Nos últimos versos desta passagem, ele afirma que o seu coração é ainda mais vasto, talvez porque sente demais ou guarda emoções e dores não exteriorizadas.
Existe também a sugestão de que, além do planeta ser enorme e cheio de gente, há em cada pessoa um mundo interior, talvez infinito e desconhecido para os outros.
nesta sétima estrofe Os últimos versos chegam como a confissão final do eu-lírico. Aqui, ele fala da noite como um tempo de reflexão, vigília e sensibilidade.
A lua, o álcool e a própria poesia permitem que o sujeito, normalmente retraído, esteja em contato com as suas emoções. Tudo isso o comove e o leva a exprimir aquilo que realmente sente, através deste poema.
significado do poema de sete faces
Emocionante e complexo, o poema assume um tom confessional que é ampliado pela possível identificação do eu-lírico com Drummond. A temática de "eu versus o mundo", que atravessa a sua obra, está presente desde o primeiro verso da composição.
Se declarando como alguém que nasceu para ser "gauche na vida", o sujeito se sente desenquadrado e procura o seu lugar no mundo.
Assim, em várias instâncias, se comporta como um mero observador da realidade, como se não fizesse parte dela, estivesse do lado de fora.
Composto por sete estrofes, o poema apresenta "sete faces" do eu-lírico. Cada estrofe exprime uma faceta do sujeito, ilustrando o que ele está sentindo naquele momento.
Assim, o poema surge como um desabafo que demonstra a multiplicidade e até contradição de suas emoções e estados de espírito.