• Matéria: História
  • Autor: yasminReis77
  • Perguntado 4 anos atrás

pesquisa sobre O Historiador Eric Hobsbawm definiu século XX como "breve século XX".​

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respondido por: lariibrito05
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Eric John Ernest Hobsbawm (Alexandria, 9 de junho de 1917 - Londres, 1 de outubro de 2012) foi um historiador marxista britânico reconhecido como um importante nome da intelectualidade do século XX. Ao longo de toda a sua vida, Hobsbawm foi membro do Partido Comunista Britânico.

Um de seus interesses foi o desenvolvimento das tradições. Seu trabalho é um estudo da construção dessas tradições no contexto do Estado-nação. Argumentou que muitas vezes as tradições são inventadas por elites nacionais para justificar a existência e importância de suas respectivas nações.

Hobsbawm formou-se em História. Um evento importante para a sua formação intelectual e para o início de sua trajetória como historiador foi a resolução de seu tio de se mudar da Alemanha, levando a família e os negócios para a Inglaterra, assim que Hitler, mesmo ficando em segundo lugar nas eleições de 1933, foi chamado para ser primeiro-ministro, a pedido do presidente Paul von Hindenburg, do Partido Conservador, vencedor das eleições. Essa atitude garantiu a tranquilidade da família, que era judia, bem como a salvação de suas economias. Hobsbawm vê nesse acontecimento a evidência cabal de que análises históricas bem formuladas podem indicar as tendências futuras com um grau elevado de acerto. Uma de suas preocupações é aprimorar as análises históricas para criar mecanismos mais eficientes de predições econômicas e sociais. Ele mesmo faz algumas em seus livros - como a dificuldade de Israel se manter no Oriente Médio se tiver como apoio apenas a força militar. Tornou-se militante político de esquerda e, em 1936, ingressou no Partido Comunista da Grã-Bretanha, no qual permaneceu até seu falecimento, em 2012.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), serviu ao Exército Britânico. No início, nos anos de 1939-1940, fez parte de uma divisão que cavava trincheiras e preparava bunkers no litoral do país, como forma de impedir a "Operação Leão Marinho" (invasão da Inglaterra por exércitos anfíbios). Posteriormente, foi responsável por trabalhos de inteligência, pois dominava quatro idiomas. Com o fim da guerra, Hobsbawm retornou à Universidade de Cambridge para o curso de doutorado. Também nessa época juntou-se a alguns colegas e formou o Grupo de Historiadores do Partido Comunista.

Nos anos 1960, integrou um grupo de brilhantes historiadores marxistas britânicos, com Christopher Hill, Rodney Hilton e Edward Palmer Thompson, todos desiludidos com o estalinismo e o Partido Comunista. O grupo buscava entender a história da organização das classes populares, suas lutas e ideologias, através da chamada História Social. Porém, ao contrário dos outros membros do grupo, que eram contra o Partido Comunista desde 1956 (após a invasão soviética da Hungria), Hobsbawm continuou sendo membro do partido até o colapso da União Soviética.[5][6] "Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida", diria posteriormente ao New York Times, numa entrevista de 2003.  Hobsbawm dedicou-se à interpretação do século XIX.

Hobsbawm foi também responsável por análises aprofundadas sobre o que chama de "o breve século XX". Seu livro Era dos Extremos, lançado em 1994, na Inglaterra, tornou-se uma das obras mais lidas e indicadas sobre a história recente da humanidade. Nela, o historiador analisa o período que vai de 1917 – fim da Primeira Guerra Mundial e ano da Revolução Russa – até 1991, com o colapso da União Soviética e o fim dos regimes socialistas no Leste Europeu. Percebe-se em Hobsbawm o esforço de fazer uma História Total , para isso ele busca fundamentos para sua tese nos campos da política, economia e da cultura. Ele chega ainda mais longe, fala da poluição e deterioração ecológica do século XX, mostrando que as as emissões de dióxido de carbono que aqueciam a atmosfera quase triplicaram entre 1950 e 1973, quer dizer, a concentração desse gás na atmosfera é quase 1% ao ano.

 

Em 2003, Hobsbawm ganhou o Prêmio Balzan para a História da Europa desde 1900.

Considerado um dos mais importantes historiadores contemporâneos, Hobsbawm utilizou-se do método marxista de análise histórica, sempre partindo do conceito de luta de classes. Foi membro da Academia Britânica e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi também professor de História no Birkbeck College e da New School for Social Research de Nova Iorque.

Entre seus livros, destacam-se estudos sobre as classes dominadas, como Trabalhadores, Bandidos e História Social do Jazz. Escreveu também sobre a história das ideologias políticas e sociais, em Nações e Nacionalismos e A Invenção das Tradições, além da autobiografia Tempos Interessantes.

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