(ME AJUDEM URGENTE)
Racionalidade, foco em resultados e motivação
Hamilton Carvalho
Estou convicto de que a sociedade vai exigir cada vez mais valor do serviço público. Valor, no caso, são
resultados palpáveis, decorrentes de um trabalho de qualidade. Só que trabalho de qualidade não cai do céu. É
necessário haver funcionários verdadeiramente motivados e um processo de inovação contínua.
Indivíduos verdadeiramente motivados a entregar resultados questionam o hábito e as práticas
tradicionais, o que nem sempre é confortável em organizações hierárquicas e tradicionais. A possibilidade de
questionamento depende, portanto, da cultura interna da organização na medida em que existam processos e
canais para apresentação e tratamento de novas ideias.
Mas ideias diferentes ou que pareçam absurdas nem sempre são fáceis de serem aceitas por causa da
natural resistência humana a sair da zona de conforto. Às vezes, conseguir essa proeza equivale quase a realizar
uma conversão religiosa. A experiência e a evidência científica mostram que é muito difícil persuadir alguém que
já tem opiniões formadas. Por outro lado, o ser humano só é racional na medida em que, entre outros fatores,
baseia suas opiniões e crenças na realidade. De que adianta uma opinião cultivada com carinho se ela não é
submetida ao duro teste do mundo real? No mundo organizacional, diversos conceitos que compõem o sistema
de crenças vigentes são baseados meramente em usos e costumes ou em intuição. Há pouco questionamento
sobre as bases empíricas desses conceitos.
Tom Kelley, da prestigiada consultoria de inovação Ideo, conta no livro The Ten Faces of Innovation
sobre a introdução da revolucionária técnica de salto em altura por Dick Fosbury, ganhador de medalha de ouro
olímpica. É aquela técnica em que o corredor se lança de costas sobre a barra. Inicialmente ridicularizada por
seus pares, acabou adotada por virtualmente todos os atletas da modalidade quando sua superioridade foi
confirmada. Outro exemplo recente vem do Prêmio Nobel de Química de 2011, Daniel Shechtman, cuja
descoberta de um novo padrão de arranjo da matéria em quase-cristais foi objeto inicialmente de escárnio, até
que os resultados falassem mais alto do que o sistema de crenças então vigente. Sua entrevista, relatando como
sua descoberta foi ridicularizada (disponível no YouTube), é imperdível. Esses dois prosaicos exemplos, entre
centenas que podem ser citados, mostram que, por mais que as pessoas se aferrem a seus modelos mentais, é a
realidade que vai dizer qual crença ou qual modelo está certo ou errado.
Esse padrão é muito comum quando se trata de novas ideias: o rechaço inicial dá lugar progressivamente
à aceitação e à ampla adoção. Acrescente-se que nós tendemos a valorizar muito mais as nossas próprias ideias (o
famoso efeito IKEA, batizado por Dan Ariely), aumentando, assim, a resistência ao que é proposto por terceiros.
Nós temos um carinho especial pelas nossas crenças. Visões distintas representam sempre uma potencial ameaça
à nossa coerente visão de mundo.
Mas se queremos um serviço público que mostre seu valor à sociedade, precisamos contornar essa força
quase irresistível que nos prende ao status quo. Como conseguir isso? Um primeiro passo é a adoção da filosofia
de experimentos para testar propostas inovadoras. Nas organizações que adotam essa filosofia, ideias diferentes
ganham o direito de serem testadas para comprovar se produzem resultados. A organização precisa também estar
preparada para o erro. Tom Kelley propõe o papel do experimentador como um dos mais importantes em uma
organização que se pretenda inovadora.
O questionamento de práticas tradicionais é um passo. Mas sem funcionários motivados, é difícil pensar
em inovação e geração de resultados de qualidade. Como produzir funcionários verdadeiramente
comprometidos? [...]
9- Qual dos trechos apresenta o assunto principal do texto?
(A) “Autonomia de fato implica um questionamento sobre o paradigma atual de trabalho.”
(B) “A motivação dos indivíduos pode ser dividida, grosso modo, em intrínseca e extrínseca.”
(C) “É necessário haver funcionários verdadeiramente motivados e um processo de inovação contínua.”
(D) “As pessoas tendem a apresentar maior satisfação pessoal quando podem organizar suas atividades.”
(E) “O foco passa a ser em resultados e não em controles excessivos que tolhem a autonomia, a criatividade e a
energia.”
Respostas
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Resposta:
e a alternativa D,espero ter ajudado.
respondido por:
0
Resposta:
Alternativa C
Explicação:
espero ter ajudado
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