A despeito de todo o progresso humanitário obtido na contemporaneidade, a falta de acesso ao saneamento básico é um grave entrave no Brasil. A partir disso, é inegável que esse impasse está ligado não só ao inchaço urbano, mas também à grande desigualdade socioeconômica existente em nosso país. Historicamente, a industrialização e a mecanização do campo aceleradas, durante o governo de Juscelino Kubistchek, promoveram um grande e rápido êxodo rural. Contudo, o intenso crescimento das cidades não foi acompanhado por um planejamento adequado, o que levou à formação de periferias sem a infraestrutura necessária para uma vida digna. Hodiernamente, essa situação precária segue vigente de modo que a população marginalizada continua sem acesso a recursos, como a coleta seletiva e o tratamento de esgoto, indispensáveis para a saúde dos indivíduos, e para a preservação do meio ambiente. Dessa forma, percebe-se que, tristemente, pouco foi feito até agora para que as consequências do inchaço urbano, causado há décadas, sejam solucionadas. Além disso, o fato de grande parte da população viver em situação de pobreza, enquanto uma minoria concentra quase toda a riqueza, é uma das grandes causas desse grave entrave social. Consoante, o filósofo Noam Chomsky, as ações de um governo são pautadas majoritariamente pelos interesses da parcela mais abastada da sociedade. Assim, os mais ricos têm amplo acesso ao saneamento básico, não apenas por terem condições de ocupar imóveis em áreas mais desenvolvidas da cidade, mas também pelo seu maior poder de barganha diante do poder público, que é o grande responsável pelo desenvolvimento da infraestrutura. Em contrapartida, os mais pobres, que infelizmente não ocupam o cenário político nacional, são deixados de lado e dessa maneira seus anseios não são atendidos pelo governo. Como o acesso ao saneamento básico é um direito garantido pela Constituição e uma questão essencial para a saúde pública é de suma importância que o Estado destine uma parcela mais significativa de seus recursos para a solução desse impasse de modo a diminuir os impactos da desigualdade socioeconômica na saúde do povo.
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