faça um conto de mistério com no minimo 500 palavras
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e para daqui 10 diass
Respostas
Resposta:
A arte de perder
A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente Da viagem não feita.
Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas.
E um império Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles.
Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça
Explicação:
Resposta: sempre se fez assim
Quando o dragão dava um passo, o chão tremia. Quando saltava, o tremor era tão atroz que o príncipe tinha que fazer um esforço sobre-humano para não perder o equilíbrio. Quando batia as asas, um pequeno furacão obrigava o jovem guerreiro a agarrar-se a tudo o que pudesse para não sair voando. Quando a fera exalava o seu hálito ardente, era com grande dificuldade que o rapaz evitava acabar assado como uma galinha domingueira.
Quando o príncipe desferia golpes após golpes, o dragão expelia fogo, tentando evitá-los. Quando saltava, fintava e corria, a besta sofria por mover, rápida e suficientemente, seu corpo gigantesco. Quando o guerreiro escapava por alguma estreita fenda, o lagarto monstruoso sentia a frustração do comprador que via escapar o bem cobiçado numa liquidação.
A princesa, de sua torre, assiste à batalha.
Depois de várias horas correndo, voando, esquivando-se, lançando fogo, saltando, defendendo-se, agachando-se, desferindo e recebendo golpes, o dragão e o príncipe se detêm.
Eles se olham: o homem suando, o animal ofegando, ambos exaustos.
O dragão, com a respiração agitada, língua de fora, garras nos joelhos, levanta uma sobrancelha e fala:
—Essa princesinha deve ser muito importante, não é mesmo?
O príncipe, mais escarrapachado do que sentado no chão, diante da fera, olha para ele com firmeza, coça a cabeça e, franzindo o cenho, responde:
—Hummm... a verdade é que... mais ou menos.
— Então, por que está lutando comigo?
— Bem, é o que sempre se tem feito — responde o príncipe, com um encolher de ombros. — Quando a você, parece, sim, muito interessado nisto tudo...
O dragão move suas asas com ar pensativo e responde:
— Na verdade, não me importo muito.
— Então, por que está lutando comigo? — pergunta o príncipe, franzindo mais ainda o já franzido cenho.
— Não sei — responde o dragão, pensativo. Por que sempre se fez assim?
Príncipe e dragão ficaram em silêncio.
Passado algum tempo, e como se tivessem ajustado previamente, o príncipe e o dragão ergueram os olhos para a princesa que, da torre, observava, um tanto perplexa, a cena. Sim — pensaram —, ela era uma princesa. Sim — eles continuaram a pensar —, ela era muito bonita. Sim — eles meditavam —, lutar pela princesa é o que sempre se fez, mas... Após mais alguns segundos de meditação, o príncipe olhou para a espada, que ainda segurava, e lentamente se levantou, metendo-a na bainha. O dragão não tinha espada que abandonar, então se limitou a sacudir o pescoço e as asas e alçar-se sobre as patas traseiras.
— Você gosta de um bom vinho? — o príncipe perguntou ao dragão.
— E quem não gosta? — o dragão respondeu ao príncipe.
— Bem, eu o convido a tomar uma taça comigo.
— Que seja um barril.
— Trato feito.
E, sem mais delongas, afastaram-se da torre e da princesa que, atônita, os viu caminhado juntos, numa conversa amigável.
— Ei! — ela gritou. —Vocês não podem me deixar assim!
Mas o dragão e o príncipe já estavam muito longe para ouvi-la.
— De qualquer maneira — a princesa suspirou, apoiando o queixo na mão, enquanto observava o cair da noite —, ainda bem que a chave ainda está debaixo do tapete onde eu a guardei.