(IBMEC-SP-Insper/2019) Leia o texto a seguir.
Um dia, recebi um telefonema do meu querido
amigo Roberto Carlos. Ele queria saber se poderia
usar, na mesma quadra de uma de suas
composições, pronomes misturados de 2a e 3a
pessoas. Mesmo sabedor da liberdade literária, que
é dada aos poetas, disse ao nosso maior cantor que
era preferível acatar a concordância pronominal,
empregando em cada quadra um só tratamento. É
isso aí, bicho.
Arnaldo Niskier. Na ponta da língua, 2001.
Considerado o registro de linguagem, a citação da
frase de Roberto Carlos — “É isso aí, bicho” —
tem a função de
(A) confirmar a ideia de que é possível misturar
pronomes de 2a e 3a pessoas, como sugere o cantor.
(B) romper com a formalidade da explicação, já
que se recupera uma gíria que notabilizou o cantor.
(C) mostrar que o cantor é um sabedor da liberdade
literária e, por essa razão, pode recorrer a ela.
(D) enaltecer o poder de criação do cantor, mas
reprovar o uso indistinto de pronomes de 2a e 3a
pessoas.
(E) desqualificar a linguagem coloquial como
forma legítima de expressão, mesmo a do cantor.
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A citação da frase “É isso aí, bicho” de Roberto Carlos tem como função romper com a formalidade da explicação, já que se recupera uma gíria que notabilizou o cantor. Portanto, LETRA B.
A gíria, chamada também de calão, nada mais é do que um fenômeno linguístico que é usado em contextos informais, sendo bastante utilizado em conversas do cotidiano. Trata-se de palavras que não estão de acordo com a norma culta, que muitas vezes originam-se na cultura de um povo ou região específicos.
Apresenta um vocabulário caracterizado pelo uso de expressões metafóricas, elípticas, jocosas e mais efêmeras que as tradicionalmente usadas na língua. Variam de uma região para outra, assim como de uma época para outra.
Espero ter ajudado!
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