• Matéria: Português
  • Autor: gabizinhap18
  • Perguntado 4 anos atrás

leia o poema abaixo:

Quando eu te vejo e me desvio cauto

Da luz de fogo que te cerca, ó bela,

Contigo dizes, suspirando amores:

— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"


Como te enganas! meu amor, é chama

Que se alimenta no voraz segredo,

E se te fujo é que te adoro louco...

És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...


Tenho medo de mim, de ti, de tudo,

Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.

Das folhas secas, do chorar das fontes,

Das horas longas a correr velozes.


O véu da noite me atormenta em dores

A luz da aurora me enternece os seios,

E ao vento fresco do cair cias tardes,

Eu me estremece de cruéis receios.


É que esse vento que na várzea — ao longe,

Do colmo o fumo caprichoso ondeia,

Soprando um dia tornaria incêndio

A chama viva que teu riso ateia!


Ai! se abrasado crepitasse o cedro,

Cedendo ao raio que a tormenta envia:

Diz: — que seria da plantinha humilde,

Que à sombra dela tão feliz crescia?


A labareda que se enrosca ao tronco

Torrara a planta qual queimara o galho

E a pobre nunca reviver pudera.

Chovesse embora paternal orvalho!


Ai! se te visse no calor da sesta,

A mão tremente no calor das tuas,

Amarrotado o teu vestido branco,

Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...


Ai! se eu te visse, Madalena pura,

Sobre o veludo reclinada a meio,

Olhos cerrados na volúpia doce,

Os braços frouxos — palpitante o seio!...


Ai! se eu te visse em languidez sublime,

Na face as rosas virginais do pejo,

Trêmula a fala, a protestar baixinho...

Vermelha a boca, soluçando um beijo!...


Diz: — que seria da pureza de anjo,

Das vestes alvas, do candor das asas?

Tu te queimaras, a pisar descalça,

Criança louca — sobre um chão de brasas!


No fogo vivo eu me abrasara inteiro!

Ébrio e sedento na fugaz vertigem,

Vil, machucara com meu dedo impuro

As pobres flores da grinalda virgem!


Vampiro infame, eu sorveria em beijos

Toda a inocência que teu lábio encerra,

E tu serias no lascivo abraço,

Anjo enlodado nos pauis da terra.


Depois... desperta no febril delírio,

— Olhos pisados — como um vão lamento,

Tu perguntaras: que é da minha coroa?...

Eu te diria: desfolhou-a o vento!...


Oh! não me chames coração de gelo!

Bem vês: traí-me no fatal segredo.

Se de ti fujo é que te adoro e muito!

És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...


1) Apos a leitura do poema, responda as seguintes perguntas:

a) qual o tema trabalhado pelo poeta?

b) qual a linguagem utilizada?

Respostas

respondido por: joaovictorfontenele
2

Resposta:

a) Romance, frieza.

a) linguagem literária

respondido por: cristoferjuscelinool
0

Resposta:

b) informal

Explicação:

não sei a (a) mas espero ter ajudado estou com pressa, tenha bons estudos

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