quais sao os costumes cotidianos que podem provocar alterações posturais e posteriormente dores em coluna e outras articulações ?
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Apesar de serem discutidas com frequência na literatura, as repercussões que o balé
pode acarretar na postura de bailarinos profissionais, quando se trata de adolescentes, onde a
prática dessa atividade é comum, os estudos ainda são escassos. Durante minha vivência
profissional tenho atuado como professora na formação de bailarinas clássicas e pude perceber
que é comum os pais conduzirem suas filhas à pratica do balé motivados pelos benefícios que
essa atividade traria à postura da criança ou adolescente. Muitas vezes meninas iniciam sua
prática no balé até mesmo por indicação médica, quando apresentam algum tipo de alteração
na postura. Porém, dentre as características que marcam o desenvolvimento da aula de balé
clássico e a rotina da praticante, mesmo em se tratando de crianças e adolescentes, estão a
exigência por posições de extrema amplitude articular e ênfase no desenvolvimento de força
em alguns dos segmentos específicos do corpo em busca de uma melhor performance na dança.
Essas particularidades me fizeram refletir e questionar se o balé é mesmo capaz de
proporcionar algum benefício à postura da criança ou adolescente, ou se essa prática, da forma
como vem sendo realizada, estaria contribuindo para um desalinhamento postural, E se de fato
existir algum prejuízo à postura, de que maneira, sem descaracterizar essa atividade que possui
uma linguagem própria e tradicional em seus gestos e posturas, poderíamos contribuir para
minimizar esses danos.
É possível que um trabalho para o desenvolvimento da aptidão física, como força e
flexibilidade, entre praticantes de balé seja uma alternativa para uma prática com menos riscos
à postura. Alguns autores têm destacado que o desenvolvimento da aptidão física através de um
trabalho de fortalecimento e alongamento muscular pode se relacionar à prevenção de
alterações na postura (NAHAS, 2003; FRAÇÃO et al., 1999) e ser desenvolvido para se obter
melhores resultados em qualquer atividade física que busque a performance, o desempenho
motor ou a saúde (BOUCHARD; SHEPHARD E STEPHENS, 1994), como é o caso do balé.
Bailarinas adolescentes apresentam uma rotina diferenciada, com carga horária semanal,
intensidade de treino e tempo de prática normalmente inferior a de adultos profissionais, fatores
que certamente repercutem de maneira diferente nas adaptações posturais e por isso necessitam
ser levados em consideração na busca de compreender a postura dessa população específica.
Além disso, é consenso entre diversos autores que outros fatores envolvendo o período da
adolescência contribuem diretamente para a postura adotada nesta fase da vida, como fatores
referentes ao crescimento e desenvolvimento e comportamentos adotados nas atividades
cotidianas (KENDALL; McCREARY E PROVANCE, 2007; DETSCH; CANDOTTI, 2001),
horas diante do computador e da TV (DETSCH; CANDOTTI, 2001), o uso de salto alto, no
caso de meninas (SILVA; SIQUEIRA; SILVA, 2013), entre outros
Explicação:
espero ter ajudado