REI
Por que ainda te cobrem essas nuvens?
HAMLET
Não, não, senhor. Estou em pleno sol.
RAINHA
Meu filho, deixa agora a cor noturna.
E deita olhos amigos sobre o rei.
Não continues sempre de olhos vagos,
Procurando teu pai no pó da terra:
Sabes como é fatal – tudo o que vive
Há de morrer, passando à eternidade.
HAMLET
Ai, senhora, é fatal. [...]
REI
É doce e até louvável que tua alma
Guarde assim esse luto por teu pai;
[...] Mas manter-se
Em obstinado luto é teimosia [...]
Lança por terra essa tristeza inútil,
Pensa em nós como um pai: pois saiba o mundo
Que és o herdeiro mais próximo do trono;
E que não é menor o nobre afeto
Que aquele que um pai dedica ao filho.
Que te dedico. Quanto ao teu intento
De voltar para escola em Wittemberg,
Isso é muito contrário ao nosso anseio [...]
RAINHA
Não deixes tua mãe perde-se em preces;
Não nos deixes, não vás a Wittemberg.
HAMLET
A vós, senhora, eu obedecerei.
Texto 2
JOÃO GRILO
Que isso, Chicó? (Passa o dedo na garganta). Já estou ficando por aqui com suas histórias. É sempre uma coisa toda esquisita. Quando se pede uma explicação, vem sempre com “não sei, só sei que foi assim”.
CHICÓ
Mas se eu tive mesmo o cavalo, meu filho, o que é que eu vou fazer? [...]
JOÃO GRILO
Mas seu cavalo, como foi?
CHICÓ
[...] cavalo bom como aquele eu nunca tinha visto. Uma vez corremos atrás de uma garrota, das seis da manhã até as seis da tarde, sem parar nem um momento, eu a cavalo, ele a pé. Fui derrubar a novilha já de noitinha, mas quando acabei o serviço e enchocalhei a rês, olhei ao redor, e não conhecia o lugar que estávamos. [...]
JOÃO GRILO
[...] Como foi isso?
CHICÓ
Não sei, só sei que foi assim. [...] Você sabe que eu comecei a correr da ribeira do Taperoá na Paraíba. Pois bem, na entrada da rua perguntei a um homem onde estava e ele me disse que era Propriá, de Sergipe.
JOÃO GRILO
Sergipe, Chicó? [...] Mas, Chicó, e o rio São Francisco?
CHICÓ
Só podia estar seco nesse tempo, porque não lembro quando passei... E nesse tempo todo o cavalo ali comigo, sem reclamar nada.
JOÃO GRILO
Eu me admirava era se reclamasse.
No Texto 1, no trecho “Meu filho, deixa agora a cor noturna”, o recurso estilístico foi utilizado para
(a)demonstrar que o personagem deve acordar de seu sono.
(b)indicar que o personagem está pintando um quadro de paisagem.
(c)reforçar que o personagem está ao ar livre.
(d)ressaltar que o personagem precisa superar o seu luto.
(e)sugerir que o personagem imagina coisas sem sentido.
Respostas
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0
demostra que o personagem deve acordar de seu sono ok
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