Respostas
Resposta:
A educação é um campo de promoção social desafiador no cenário político brasileiro, pois,
nossa diversidade étnica dificulta a elaboração de um modelo educacional único que contemple
tal multiculturalidade. Compondo essa heterogeneidade, aproximadamente 220 povos
indígenas, diversos entre si, buscam o direito à uma educação que fortaleça seus modos de vida
enquanto promovem melhorias em suas condições de subsistência (BANIWA, 2006).
O índio genérico segregado à floresta e alvo de preconceito, saiu de lá, apropriando-se das
mesmas ferramentas tecnológicas e costumes dos povos da cidade, sem com isso, deixar de ser
índio, portanto, precisa ser visto como semelhante e cidadão (KOEPPE, 2013). Um elemento
fundamental dessa luta indígena por direitos e espaços democráticos, é a educação escolar
indígena (BRUNO, 2011; MANDULÃO, 2006).
A constituição de 1988 (BRASIL, 1988), e documentos legais posteriores, asseguram a
valorização de suas tradições e culturas, amealhando, ainda, o acesso aos avanços tecnológicos
e valores das demais culturas (BRUNO, 2011; BANIWA, 2006). Tais documentos também
alertam para a necessidade do corpo docente constituir-se por indivíduos pertencentes às etnias
(BRASIL, 2002).
Intermediários na aquisição de saberes tradicionais e escolares, os professores indígenas
requerem uma formação inicial que os capacite a ocupar os espaços de interlocutores dos
códigos sociais internos e externos, promovendo a educação intercultural, e o domínio teórico
prático da abordagem CTS, que leve ao exercício da cidadania indígena (PEREIRA; MACIEL,
2014), de maneira a viabilizar reivindicações em relação a seus direitos e valorização cultural
(SANTOS, 2007; MAHER, 2006). Prieto et al. (2012) ressaltam a importância de se trabalhar
o ensino de ciência, tecnologia e sociedade (CTS), promovendo o elo intercultural, dentro de
uma perspectiva crítica nas escolas indígenas.
A dialogicidade com a CTS questiona a hegemonia conferida ao conhecimento científico, que
silencia os povos indígenas subestimando seus conhecimentos tradicionais (SOUZA SANTOS,
2007), cabe ao professor, promover a compreensão racional da CTS na elaboração de uma
educação escolar indígena que, institucionalize seus saberes conferindo-lhes visibilidade e
reconhecimento como cidadãos.
Considerando o exposto, uma questão se delineia: Como docentes indígenas compreendem a
abordagem CTS em suas práticas pedagógicas? Dessa forma, esta pesquisa tem por objetivo
analisar a compreensão, em relação à perspectiva CTS, nas práticas pedagógicas de um grupo
docente indígena em formação, bem como, discutir com eles, as maneiras de abordar esse tema
com vistas à utilização da educação crítico-reflexiva como estratégia de fortalecimento cultural.
espero
ter
ajudado