2. Em decorrência a uma mentalidade escravista, a sociedade tinha pleno
desprezo pelos trabalhos manuais. Os fidalgos não admitiam se submeter, de
forma alguma, a quaisquer serviços que fossem realizados por escravos. Que
consequência esse comportamento trouxe para o turismo nessa época?
Respostas
senhores que viviam desta atividade de administrar o trabalho realizado por escravos em
funções que não eram desempenhadas por homens livres, pois estes não se deixavam
submeter à constância vergonhosa da rotina de um trabalhador manual.
Possuir escravos era, para muitos, quase que um requisito obrigatório quando a
sociedade tendia a reconhecer com menosprezo o trabalho regular de caráter manual. O caso
do proprietário Antonio Ramos é indicativo característico dessa situação, pois a mentalidade
escravista que reconhecia no trabalho um elemento aviltante e degradante reforçava também o
advento da exploração do trabalho escravo em um patamar que não estava necessariamente
associado à grande economia de exportação engendrada no Brasil. Além do mais, a
possibilidade da exploração escravista gerava rendas para camadas modestas da população
livre, como notara Ewbank ao indicar que “centenas de famílias têm um ou dois escravos,
vivendo do que os mesmos ganham”94 e acrescentava o viajante que “aos ricos a perda de um
escravo não é de maior importância, mas para muitas famílias chega a ser ruinosa”.95 Tal
circunstância deveria muito bem ser o caso de nosso Antonio Ramos, homem de limitadas
condições pecuniárias e patrimoniais, contudo, possuidor de escravos e livre da aviltante
condição de trabalhador braçal, podendo viver precariamente, porém com sua moral
devidamente resguardada.