• Matéria: Filosofia
  • Autor: LuanaKL
  • Perguntado 4 anos atrás

FAÇA UM RESUMO SOBRE OS CHAMADOS

MESTRES DA SUSPEITA (MARX, NIETZSCHE E

FREUD) RELACIONANDO OS MESMOS COM A

CHAMADA CRISE DA RAZÃO.​

Respostas

respondido por: rhaissa2020008013212
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Resposta:

A denominação "mestres da suspeita" foi cunhada pelo filósofo francês Paul Ricoeur[1] e se refere aos pensadores como Nietzsche, Marx e Freud, pela importância que tiveram em questionar a cultura ocidental, elaborando considerações sobre o pensamento humano, bem como sobre as relações com o mundo.

Acrescente-se, ainda, que, nos anos sessenta, foram feitos comentários por Michel Foucault e Paul Ricoeur sobre os mestres da suspeita, principalmente sobre a hermenêutica moderna.

Em 1969, Ricoeur publicou uma obra sobre Freud intitulada "Da interpretação, ensaio sobre Freud"; nessa época, Ricoeur era considerado como um grande representante da hermenêutica moderna francesa.

O questionamento da razão ocidental acarretou a percepção de que as práticas violentas subjazem a todas as relações humanas. Aliás, a descoberta do inconsciente por Freud, a ruptura da universalidade do pensamento ocidental engendrada por Nietzsche e, ainda, a essência universal de homem preconizada por Marx, conduziram muitas gerações posteriores a suspeitar dos sagrados valores apregoados pelo Ocidente.

E, para tanto, se descortinaram considerações apuradas sobre a moral ocidental, a relação existente entre razão e instinto, sobre a vontade de poder, sobre a violência socioeconômica e da ideologia[2] como falsa consciência.

Segundo Paul Ricoeur[3], a partir de Nietzsche[4], Marx e Freud, a consciência passa a ser considerada como consciência falsa. Estabeleceu-se clara crítica à ideia cartesiana de que o sentido e a consciência do sentido coincidem. Plantaram a dúvida sobre os poderes da consciência em apreender o sentido do mundo e de si mesmo de forma evidente, clara e distinta.

O cogito cartesiano bem expresso na expressão "penso, logo existo", a auto-apreensão imediata e direta do sujeito foi posta em questão pela descoberta do inconsciente[5] em Freud, do ser social em Marx e da vontade de poder em Nietzsche.

Aliás, a certeza da consciência imediata de si torna-se problemática, tornando-se esta própria o enigma a ser decifrado. Esse enigma assume formas variadas e correspondentes ao processo de formação dessa consciência falsa: a ideologia em Marx, ilusão em Freud, vontade verdade em Nietzsche.

Cumpre assinalar que os mestres da suspeita não são os mestres do ceticismo. Então, busca-se outro caminho de acesso à consciência, um trabalho de interpretação mediado pelos signos e pelos símbolos a partir dos quais a própria consciência se manifesta.

O método de decifração tomou a forma quando Marx elaborou a teoria das ideologias[6], pela teoria dos ideais e ilusões em Freud, e por uma genealogia da moral em Nietzsche.

Concluiu Ricoeur que a partir desses pensadores, a compreensão se tornou uma hermenêutica, e, doravante, procurar o sentido não significa mais apenas soletrar a consciência do sentido. Mas, decifrar suas expressões. Ou ainda, como quis Foucault, os referidos pensadores nos colocam diante de novas possibilidades de interpretações, uma vez que eles fundaram novamente a possibilidade de uma hermenêutica.

A partir deles, a hermenêutica deixa de ser apenas uma técnica de interpretação nos termos de exegese da bíblia ou jurídica, ou mesmo uma metodologia das ciências humanas, conforme alegou Dilthey[7], e passa a ser muito mais que técnicas, pois nós mesmos, como intérpretes, somos levados a nos interpretar por essas técnicas.

O cogito está ferido de morte, e a hermenêutica assumiu caráter constitutivo desse homem que existe como compreensão, como interpretação de mundo que é, ao mesmo tempo, a intepretação de si.

Foucault[8], com razão, aduziu que a interpretação se torna um inescapável jogo de espelhos, assumindo caráter existencial e ontológico para o homem.

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