O colírio
Denise abriu o pacotinho pardo da farmácia e encarou o frasco contra a luz. O rótulo cobria o frasco inteiro, tornando impossível perceber quanto líquido existia. Com um estilete ela arrancou, com cuidado, um pedaço do rótulo. Pronto. Agora ela podia monitorar quanto líquido ainda existia.
Era sempre assim: ela comprava um colírio e do nada ele aparecia vazio. Em várias ocasiões ela pôs a culpa no rótulo. Sem poder acompanhar o esvaziamento do colírio, ela só prestaria atenção nele em dois momentos, quando ela começava a usar e quando ele acabava. Mas isso não era explicação suficiente, posto que ela poderia perceber a quantidade do líquido também pelo peso do frasco. A sensação que ela tinha é que do nada o frasco ficava vazio.
Conjecturou que ela estava deixando a embalagem destampada. O líquido devia estar evaporando. Outra pessoa usando não era, pois Denise morava sozinha. O mistério estava posto. [...]
Um dia, logo após ela pingar o colírio o telefone tocou. Ela atendeu e era um ex-colega de faculdade querendo indicações de hotéis no interior do estado [...]. Ela se sentiu ligeiramente lisonjeada com o telefonema, passou os nomes dos hotéis que lembrava serem mais famosos e então desligou. Claro que toda essa conversa fez ela esquecer do colírio.
No dia seguinte, após algumas horas preenchendo planilhas em frente ao computador, ela sentiu os olhos arranharem. Pegou o colírio e… Não era possível. Estava no final. Examinou a tampa, a embalagem, tudo parecia normal e correto. Apenas o liquido não estava mais lá. Um colírio não é coisa cara. Pouco dinheiro compra. O que irritava Denise não era o dinheiro que se perdia, era o mistério. Afinal de contas, para onde ia o líquido? Como ele escapava do frasco?
[...] Talvez o líquido do colírio tivesse propriedade quântica que demandavam observações constantes para se fixar dentro da embalagem. Talvez houvesse na sua casa um duende com conjuntivite [...]. Talvez as companhias de colírio tenham desenvolvido uma tampa que se degrade com o tempo e deixe o líquido evaporar (e o fato de ela deixar de observar o frasco seria mera coincidência). Ela poderia gastar mais tempo da sua vida elaborando testes complicados e precisos para cada uma dessas hipóteses, mas honestamente, Denise tinha mais o que fazer..
Essa história acontece em uma
casa.
empresa.
faculdade.
farmácia.
hospedaria.
Respostas
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Alternativa: a) Casa
Explicação:
Não sei se está correto, mas usei a mesma alternativa.. E como no texto diz que ela mora sozinha, provavelmente seja em uma casa.
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7
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Resposta:
Casa
Explicação:
[...] Talvez o líquido do colírio tivesse propriedade quântica que demandavam observações constantes para se fixar dentro da embalagem. Talvez houvesse na sua *(casa)* um duende com conjuntivite [...]. Talvez as companhias de colírio
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