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Na dúvida, seu melhor crítico de gastronomia é você
Passei os últimos anos resenhando restaurantes, falando de ingredientes, de preparações, de tradições e novidades. E tentando responder, no âmbito da comida, à velha questão [...]. O que é bom? Existe fórmula, há régua e gabarito? Na maior parte das vezes, não. Embora até haja valores e parâmetros invariáveis, que extrapolem os limites da subjetividade. Quais? Se um restaurante vende alimentos estragados, obviamente ele é ruim [...]. O mesmo podemos pensar daqueles que não garantem as condições mínimas de limpeza do salão, das cozinhas.
Tirando essas hipóteses extremas, contudo, corremos o risco de derivar para um campo de incertezas – ou melhor, mais de certezas individuais do que compartilháveis. [...]
Quem for ao cinema assistir ao tão comentado Aquarius, por exemplo, verá sempre o mesmo filme. E a obra seguirá a mesma se vista na TV ou no tablet. [...] Já com um prato de restaurante, é diferente. O sushi, o pato no tucupi ou o espaguete à carbonara provados por mim não serão exatamente iguais para mais ninguém. Se o cozinheiro conseguiu uma execução sublime ou medíocre, só quem comeu saberá informar [...]. Relatar se um restaurante é bom, ou não, é então um desafio intransponível? Certamente que não. Mas é preciso ter método e critério. [...]
Escrever sobre comida tem a ver com repertório, com perfil de paladar, com o relato de experiências muito pessoais. Até para atenuar o peso desses fatores “intransferíveis”, o crítico acaba se apegando a alguns parâmetros um pouco mais técnicos para emitir opiniões. E se concentra no tradicional tripé comida, ambiente, serviço. Muitas vezes, no entanto, a ele escapa que um restaurante possa se comunicar com seu público usando outros códigos que não os da gastronomia. [...]
Será que o crítico geralmente busca uma experiência singular, enquanto o freguês do restaurante popular só quer se sentir à vontade e encher a pança? É uma hipótese. Quando eu escrevia resenhas (parei há um ano), uma das minhas preocupações sempre foi tentar clarear critérios. Um dos métodos era comparar proposta e execução: se o restaurante faz bem o que se propõe a fazer, é sinal de competência. [...]
No primeiro parágrafo desse texto, no trecho “... que extrapolem os limites da subjetividade. Quais?” o ponto de interrogação (?) foi utilizado para
demonstrar incompreensão.
despertar a curiosidade do leitor.
exigir uma resposta do leitor.
marcar uma ironia.
mostrar insegurança.
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letra (B) despertar a curiosidade do leitor.
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B
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