Cara na minha janela
Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal – eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção.
Eu tinha esquecido como era esse gosta/não gosta, fala/não fala. O cronista não escreve para ser gostado [...], embora sabendo que vão acontecer as duas coisas.
Ele escreve porque sim. Num ano serão dezenas de artigos, em alguns anos tudo se perdeu na poeira.
Inevitavelmente no dia da crônica as pessoas te olham com diversas caras (algumas por conta de todo escritor): a cara do que acha que devia dizer alguma coisa mas não leu; o que gostou mas podia ter sido melhor, sobretudo se for amigo: pra eles, a gente tem de ser sempre o máximo. [...]
Esperar que as pessoas se manifestem, sobretudo que gostem, seria mortal: o estresse liquidaria com a alegria do trabalho. A unanimidade provaria que a gente nem existe.
Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa.
Tem os que mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais. Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias.
Há os textos que parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”,
Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo – também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal.
De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério... mesmo quando parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
Nesse texto, no trecho “... liquidaria com a alegria do trabalho.” (5º parágrafo), o sujeito do verbo em destaque é
a gente.
a unanimidade.
o escritor.
o estresse.
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Explicação:
LETRA B O ESCRITOR ESPERO TER AJUDADO COLOQUEI NA MINHA PROVA E ACERTEI
coxinhadlc:
mas o escritor tá na alternativa c
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