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O presente artigo procura discutir e problematizar o conceito de tradição inventada (A Invenção das Tradições, 1984) do historiador Eric Hobsbawm, a partir da crítica à concepção de tradição apenas enquanto uma invenção. Para além da constatação do caráter inventivo do fenômeno das tradições, é necessário compreendê-las enquanto operadoras de sociabilidade entre os indivíduos e os diferentes grupos sociais, fornecendo sentido às múltiplas formas de relações e vivências em sociedade. Ou seja, a nossa crítica fundamenta-se na compreensão dos indivíduos não apenas como receptores, mas como sujeitos ativos nesse processo, com capacidade de decisão e de escolhas na reprodução (ou não) das narrativas e práticas vinculadas à tradição, o que nos permite o entendimento da manutenção das tradições em diferentes sociedades ao longo da história - não apenas através da repetição e da imposição, conforme a concepção hobsbawmiana.