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Os 52 minutos iniciais do filme Amor Sem Fronteiras nos apresentam
uma interessante perspectiva da Etiópia comunista, nos anos da Guerra Fria,
especificamente o ano de 1984, período de grande turbulência política,
fragilidade econômica e instabilidade social. Essa fase foi caracterizada pela
interrupção de qualquer ajuda humanitária por parte do Ocidente aos países
aliados e/ou apoiados pela então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas –
URSS.
Após o domínio do imperador Haile Salassie, que esteve no poder de
1930 a 1974, a Etiópia foi deixada numa situação de grave crise social e
fragilidade econômica, o que deu margens a ascensão política do general
Mengistu Hailê Mariam. Quando o general, através de golpe, tomou posse da
Etiópia e do parlamento, sua legitimidade foi incontestada na ótica dos
socialistas. Antes do golpe, Mengistu Hailê já havia visitado Moscou para pedir
apoio ao regime que iria seguir. O general também providenciou o assassinato
de todos os aliados do antigo imperador, evitando assim qualquer contestação
ao seu governo.
Em 1977, a Etiópia rompeu relações com os Estados Unidos, enquanto
cubanos e soviéticos passaram a apoiar com recursos humanos e
equipamentos o novo regime. Orientado pelos soviéticos, o general Mengistu
Hailê nacionalizou os bancos e o setor de transformação. A propriedade de
terras foi limitada, de forma que uma família só poderia ter um bem
imobiliário, devendo entregar o excedente ao novo governo comunista.
O general, mais uma vez com o aval da URSS, instituiu o Partido dos
Trabalhadores da Etiópia comunista, sendo três quartos do partido formados
por militares e funcionários do Estado, enquanto os camponeses ficaram com
uma representação de apenas 3%. Isso num país onde os camponeses
representavam 87% da população, naquela época. Nesse formato de
constituição dos partidos, os militares comunistas detiveram todo o poder.
Explicação: espero ter ajudado .