Sonhos D’oro XII […] O público soberano entendeu que um homem tão recheado de ouro não podia existir sem que fosse ao menos comendador, como qualquer troca-tintas. — Ora pois! dizia o Soares, eis-me comendador por unânime aclamação dos povos. Mas há de ser da ordem do bacorinho! Essa referência à humildade de sua origem, ele a fazia frequentemente; e percebia-se que tinha sua vaidade em ter subido de tão baixo àquela sumidade financeira. Custava-lhe a compreender o vexame do barão do Saí, quando aludiam ao começo de sua carreira, e por isso estava sempre a apoquentar o amigo chamando-o de barão do lote, com o que este se resmoía. Ficou pois o Soares comendador, por uso e cortesia, como tanta gente boa; e ninguém havia nesta corte imperial que não o acreditasse inscrito no grande livro das ordens […]. Em cartas, sobretudo nas de empenho, em listas de acionistas de banco, chapas de diretores, e gazetilhas, lá vinha estampado o infalível "comendador"; que aderira ao nome do Soares, como uma dessas alcunhas implacáveis que perseguem certos indivíduos toda a vida, e afinal colam-se à geração, criam raízes e transmitem-se a toda a descendência. […] O contexto histórico ao qual esse texto faz referência é
ingridnayara0109:
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A) a redemocratização.
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