• Matéria: Português
  • Autor: nunesrosilei99
  • Perguntado 4 anos atrás

Leia o texto abaixo e em seguida assista ao vídeo:
CAUSO DE PROCISSÃO

Era uma cidade cheia de subidas e descidas. Eis que, na rua comprida do centro da cidade, vai subindo a subida (é claro) uma longa e bonita procissão. Na frente, vai o padre carregando um grande crucifixo, puxando um cordão encabeçado por um andor, onde (é claro) ia o santo que dava motivo à festa. De um lado iam os congregados marianos de fitas no pescoço e velas acesas nas mãos. Do outro, as filhas de Maria, do mesmo jeito. Velas acesas e paramentos condizentes.
E todos os outros devotos esticando a procissão pra mais uns 200 metros de tamanho, cantando um hino muito conhecido: “Os anjos... todos os anjos... os anjos... todos os anjos...”.
Seguiam cantando de um jeito muito bonito e compenetrado, todos olhando para o chão. Mais precisamente para os próprios pés, pois é assim o jeito de seguir uma procissão lá pros lados do interior.
Somente o padre, que puxava as cantorias, olhava para a frente e para o alto e cantava aquele estribilho.
De repente, apenas o padre – o único que olhava para a frente – avista, bem do alto da rua, à sua frente, um ônibus em ziguezague. O motorista, na janela, gritando desesperado que havia perdido o breque. Lá praquelas bandas, ônibus é chamado carinhosamente de jardineira. E aquela jardineira sem breque, seguindo em cheio no rumo da procissão, ia fazer o maior estrago. Foi nessa hora que o padre, percebendo a desgraceira que ia ser, olhando pra trás, grita bem alto para todos: “Turma! A jardineiraaaaaaaaaaaaa!”
Foi a conta. Todos interromperam a cantoria (“os anjos... os anjos...”) para, imediatamente, de um jeito festivo e carnavalesco, cantar: “Oh jardineira por que estás tão triste... mas o que foi que te aconteceu?”...
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Adaptado de Contando Causos, de Rolando Boldrin,
(Nova Alexandria, 200


Há alguma situação desse causo que provoca humor ou surpresa? Explique com suas palavras??

Respostas

respondido por: christophernick627
1

Resposta:

Liberdade

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.

Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade! "; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em certo instante.

Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.

Ser livre como diria o famoso conselheiro... é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)

Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.

Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (As vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)

Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!

...

Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.

E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!

...

São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.

Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos

construtores de Babel...

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