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Surge o Primeiro Museu: a Biblioteca de Alexandria
Em Alexandria, durante o século II a.C., o termo mouseion foi utilizado pela primeira vez para denominar um espaço destinado ao saber enciclopédico. Os objetos artísticos e as obras de arte eram recolhidas em templos, santuários e tumbas. O local era, sobretudo, um espaço para a discussão e o ensinamento do saber nos campos da religião, mitologia, astronomia, filosofia, medicina, zoologia, geografia e demais áreas do conhecimento que se tinham à época, configurando-se, numa compilação entre as áreas do conhecimento.
Tratava-se de um edifício consagrado às musas e por onde circulavam os mais distintos artistas, sábios e filósofos. Era neste museu que se localizava a famosa Biblioteca de Alexandria e que posteriormente foi incendiada. O mouseion de Alexandria foi, nesse âmbito, o protótipo do museu da Antiguidade e o reflexo de uma filosofia universalista, conjugando e superpondo as funções e a estreita união entre arquivo, biblioteca e museu.
O significado original da palavra “museu” vem do grego mouseion: “templo ou morada das musas, ou seja, um local de inspiração divina e de onde provinham aquelas que estimulavam a criativade dos artistas e intelectuais”. O primeiro prédio a receber esta denominação foi a Biblioteca de Alexandria destruída em 640 d. C.
A destruição da biblioteca significou o desuso do termo “museu” no mundo ocidental, embora na Idade Média ocidental tenham existido ao menos dois tipos de instituições que representam a origem do conceito contemporâneo de museu: os “gabinetes de raridades e os tesouros”, quase sempre mantidos pelo poder eclesiástico ou pelas casas reais.
Somente em meados do século XVIII o termo museu passa a designar um espaço de preservação científica, na França o museu aos poucos vai se tornando uma “instituição cultural socialmente reconhecida”, embora de caráter elitista passe a representar a possibilidade de universalização democrática do conhecimento e da erudição, com diversas instituições estatais.
No Brasil a instituição chega durante o período joanino, com a fundação do Museu Real em 1818, hoje Museu Nacional. Durante o Império, o modelo de museu adotado no país seria o europeu, baseado na pesquisa elitista e na erudição de uma pequena parcela da população.
Na década de 70 do século XX, a função do museu pautaram-se nos pressupostos da nova museologia dando origem aos museus locais e regionais na perspectiva da diversidade histórica, cultural.
Os espaços museológicos retratavam a visão eurocêntrica de exploração e vinha legitimar a “expansão colonialista”.
Podemos pensar então, no museu como um lugar de educação não formal, rompendo com a visão de museu apenas com um recurso pedagógico a amis para professores e alunos. Significa dizer que tanto a escola quanto o museu tem que mudar a visão desse espaço.
Depois de séculos em que as coleções refletiam a vaidade de seus donos, mostrando riquezas ou curiosidades, o discurso começa a mudar, as discussões agora se pautam na utilização social desse espaço.
Deixam de dar importância somente aos grandes heróis para dar lugar ao homem comum, a relatar a vida cotidiana para que o público não se sinta tão alheio às informações transmitidas através das coleções.
De acordo com os pressupostos da nova museologia os museus seriam locais de novos conhecimentos que preservam e recriam a memória, um espaço vivo e presente nas dimensões das realidades sociais, um lugar provocador e ao mesmo tempo instigante, fascinante, um lugar que não esteja desvinculado com a realidade tecnológica, que responda cientificamente pelo objeto, que dialogue com todos e seja utilizado por diferentes setores da sociedade.
Aquela imagem de “museu” que guarda “coisas antigas e velhas” está superada, o museu não pode limitar-se ao ato de recolher, restaurar e expor objetos que compreendem seu acervo.
A comunicação nos museus só se efetiva quando o discurso museológico é incorporado pelo visitante e se torna fonte de outro discurso fora da instituição. Então, o receptor atua como emissor e como construtor de “cultura”.
Entender como se processa a relação entre o homem e o objeto no espaço institucional é antes de tudo, entender que esse espaço se processa numa complexidade cultural.
O que isso quer dizer: o acervo do museu refere-se ao papel social dos museus, todos os museus têm funções educativas e guardam uma relação com a formação, consolidação e reinterpretação das identidades sociais e culturais.
Explicação: está bem completa