Respostas
Resposta:
Grupos teatrais que se empenhavam em construir uma dramaturgia brasileira e formar novos atores, como o Oficina, organizado pelo diretor José Celso Martinez Corrêa, e o Arena, do diretor Augusto Boal, não conseguiram resistir à asfixia gerada pela repressão.
Resposta:
Com a tomada do poder pelos militares em 1964, o teatro brasileiro começou a amargar talvez um dos piores momentos da sua história devido à repressão e à censura exercidas pelo regime autoritário. E essa situação só iria piorar após a promulgação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), pelo então presidente da República, Marechal Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968.
“Posso afirmar mesmo que a ditadura operou sobre mim e o Oficina o que Glauber Rocha chamava de assassinato cultural. Eu e o teatro fomos assassinados socialmente. A própria sociedade brasileira, os jovens que começavam a fazer teatro nestes anos, achavam que eu tinha morrido e muitos decretaram a morte do Teatro Oficina. Os quinze anos foram de uma luta enorme para acreditar que nós tínhamos resistido à repressão, à tortura e para provar a mim mesmo que eu estava vivo de novo. Não falava quase em tortura ou repressão, somente em atos teatrais, para não virar vítima e tocar a criação adiante. Reaberto o teatro foram mais de 10 anos de muito sucesso, mas de muita luta para provar ao próprio público do Oficina dos anos 60 que nós tínhamos ressuscitado e estávamos fazendo um trabalho de tanto ou mais valor do que nos anos ‘dourados’ ” Zé Celso no relato que enviou à Comissão de Anistia em 8 de dezembro de 2004.
O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa (Foto) recebeu indenização e perdão do Estado Brasileiro em anistia política sobre perseguição do período de ditadura militar. O valor da indenização ficou fixado em R$ 570 mil e o diretor passa a ter direito a vencimentos mensais vitalícios de cerca de R$ 5 mil. José Celso Martinez Corrêa foi abordado por agentes da ditadura militar no dia 22 de maio de 1974. Ele foi encapuzado e levado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na capital paulista, onde passaria quase um mês. Durante sua prisão, sofreu tortura e ficou confinado em uma solitária. A motivação da prisão, no entanto, nunca foi revelada. Depois de solto para liberdade condicional teve que toda semana se apresentar no Dops.
“A arbitrariedade da censura é sempre prejudicial, e quando se torna virulenta, como foi depois do AI-5, pode ser, como foi, responsável por terríveis prejuízos para o teatro. A interrupção da criação livre atrasou por duas décadas o desenvolvimento do teatro, que teve, quando acabou a censura, de recomeçar quase que da estaca zero. A dramaturgia teve um corte tão violento que está até hoje ainda lutando para encontrar seu caminho, apesar de, nos últimos tempos, ter se apresentado numerosa o bastante para dar esperança de um progresso constante” destaca a professora e crítica teatral Barbara Heliodora.
Explicação:
Espero ter ajudado ☺️