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Pitando na varanda, a voz baixinha e calma fala sobre feminino e maternidade. Meio da manhã, vai chover. Chega um, chega outro, pede uma benção para a grávida, “vai ter aqui na aldeia mesmo?”, as crianças brincam no quintal, “será que vai dar chuva?”, vai demorar. Conversa vai, conversa vem, o tempo cinza, estronda um trovão. “Essa chuva ainda demora a chegar”. O genro vem tocando os porcos de volta para o chiqueiro. “Acho que vai é cair logo. Vamos antes que a gente não consiga passar na estrada de volta”. Pingos grossos esparsos, “ué, não ia demorar?”, corre. No caminho do carro, em cada varanda um grupo de pessoas reunidas… admirando a chuva. E mais nada.
Cada etnia indígena tem sua própria cultura, o que se reflete na forma de estabelecer relações pessoais. Isso sem contar as questões individuais de moradia, segurança e status dentro da comunidade em que cada mãe e criança estão inseridos. Mas há semelhanças que unem e diversidades que ensinam. Cada mãe tem o seu próprio ensinamento.
As crianças brincam da manhã até a noite na casa de Cleidinha Fulni-ô, em Águas Belas – PE. Com o enérgico Tejá, de seis anos de idade, e as gêmeas com menos de dois anos, ela afirma querer seis filhos no total. “Ter é fácil, meus partos foram tranquilos. Difícil é criar”, desabafa.
As meninas mamavam ao mesmo tempo no peito. Na aldeia, as crianças brincam todas juntas nos quintais das casas. Vão pra escola à tarde, voltam e brincam mais.