• Matéria: Filosofia
  • Autor: beatriz260232
  • Perguntado 4 anos atrás

O negacionismo pode ser entendido como um desafio ético? Justifique

Respostas

respondido por: 123lalavie
12

Explicação:

Para evitar a proliferação de discursos negacionistas devem ser ouvidos os argumentos apresentados pelos expertos (e evitados os falsos expertos) não só epidemiologistas, infectologistas, sanitaristas, mas também cientistas sociais, educadores, psicólogos.


beatriz260232: Muitooo obg
rubiamaria89: Então pode ser entendido como um desafio ético??
ronymoraes1211: explicaram tudo e não responderam
respondido por: AnthonioJorge
2

A elevação da expressão "negacionista" à dimensão filosófica e pública é um estratagema de debate retórico e erístico que serve para desqualificar de antemão a parte contrária.

Logo, o negacionismo em si não pode ser entendido como desafio ético, mas o uso da expressão "negacionista" e a desinformação sobre qualquer assunto devem, sim, ser entendidos como desafios éticos.

O termo "negacionismo" começou a ser utilizado neste último ano para etiquetar quem discorda das medidas políticas tomadas durante a crise de pandemia.

O que ocorre é que o negacionismo, definido como negação da ciência e dos fatos científicos, é, por definição, impossível: a ciência é embate de hipóteses e permanece aberta por sua própria essência. Ciência, afinal, não é dogma.

Um exemplo típico do mau uso do termo "negacionista" ocorre quando se fala do uso precoce de hidroxicloroquina: havendo distintos graus de evidência sobre a eficácia do protocolo, optou-se, via imprensa escrita e televisionada, por demonizar todo e qualquer tipo de uso de "cloroquina", ignorando-se as sutilezas e distintas correntes científicas e médicas que até hoje se contrapõem, como é de praxe na ciência.

Mais grave é o que ocorre em relação às mentiras - ou Fake News.

  • Quis custodiet ipsos custodes? - Quem vigia os vigilantes?

Fake News, em tradução literal, significa "Notícias Falsas".

Ignorando-se o fato de que notícias falsas sempre circularam desde a invenção da imprensa - e sempre foram plantadas pela imprensa devido a interesses escusos - começou-se a circular tal termo para denunciar desinformações e notícias falsas.

A principal consequência, contudo, das Fake News, é a utilização de tal termo por parte da imprensa para dizer o que é certo e o que é errado, o que é verdadeiro e o que é falso. O melhor exemplo disto são as empresas de "fact-checking" (agências de checagem de fatos).

O trabalho de tais agências, teoricamente, é o de checar se determinadas notícias são verídicas. Contudo, algumas perguntas devem ser levantadas:

  • Quem são os tais checadores de notícias?
  • O que os qualifica para exercerem esta tarefa monumental de checar a verdade de seus pares jornalistas?
  • Quem checa os checadores?
  • Há algum interesse político, ideológico ou econômico que financia ou move a atividade de tais agências?

Com base na histeria das "Fake News" esquece-se da antiga frase de Juvenal, traduzida para os tempos modernos nos gibis de Alan Moore:

  • Quis custodiet ipsos custodes?

Se não há quem vigie os vigilantes, como se pode confiar nos que dizem que determinada é Fake News? Até que ponto não se etiqueta de Fake News apenas a opinião divergente, contrária e oposta à opinião financiada pelos grandes veículos midiáticos?

Tornando-se expressão banal, "Fake News" serve semanalmente ao propósito de fazer calar - de censurar - opiniões contrárias de veículos menores, promovendo a cultura do cancelamento que faz tantas pessoas, no século XXI, perderem seus meios de subsistência.

Para combater uma imprensa podre, vale o velho conselho:

  • A imprensa desqualificada só pode ser combatida com mais imprensa.

Para saber mais: brainly.com.br/tarefa/691184

Anexos:
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