Respostas
Resposta:
CAPITALISTA:
Dentre os temas que, na atual conjuntura intelectual, mobilizam os espíritos
sobressaem-se o da globalização e o da cidadania. E ambos os temas funcionam, no atual
processo ideológico - cada um à sua moda -, como “mitos”; isto é, como idéias dotadas de
um tal impacto emocional que chegam ao ponto de provocar a paralisia do pensamento.
Operando em termos míticos, esses temas parecem solicitar à sociedade que ela os submeta
a uma avaliação plebiscitária, em termos de “sim” ou “não”, de aceitação ou rejeição. Na
prática, porém, o modo pelo qual esses temas são tratados pelas instituições culturais não
favorece a estruturação de nenhum plebiscito sobre tais idéias. Ao contrário: a forma de
difusão desses temas junto à opinião pública produz um impacto avassalador, que leva os
membros da sociedade a uma aceitação acrítica dos processos sociais recobertos por essas
expressões.
Colocado diante de tais temas, o cientista social deve analisar de modo sistemático
os processos sociais subjacentes a essas expressões; e, ao mesmo tempo, verificar o quanto
a apresentação desses temas pelas instituições culturais deforma processos sociais reais. A
tarefa do cientista social não se reduz, portanto, à incumbência simples de apurar se a
globalização ou a cidadania “existem”, ou não. É seu dever intelectual proceder a uma
avaliação crítica de tais temas, verificando, de um lado, o quanto eles recobrem processos
sociais reais; e, de outro lado, o quanto eles deformam tais processos.
Neste texto, abordaremos o tema da cidadania. Essa abordagem se decomporá em
duas etapas. Inicialmente, analisaremos a cidadania em geral - isto é, a cidadania na
totalidade dos seus aspectos -, tal qual ela evolui numa sociedade capitalista. A seguir,
coroando essa análise, passaremos a examinar um aspecto determinado da cidadania na
sociedade capitalista: a cidadania política. Sobre o procedimento metodológico aqui
utilizado, convém esclarecer que, assim como um crítico da economia política poderia
partir da noção de “riqueza das nações”, enquanto elemento de mediação com uma certa
conjuntura intelectual, para chegar ao conceito de “sobrevalor”, em ruptura com essa
conjuntura, partiremos da noção predominante de cidadania contemporânea, com a intenção de chegarmos a um conceito algo diferente de cidadania.
RESUMO:
Desde a Grécia Antiga, a cidadania desempenha um papel central nas relações entre os indivíduos e o Estado, no Ocidente, construindo uma gama de fatos sociais pautados em direitos e deveres. Se ao longo da história suas conceituações sofreram modificações, suas diferentes formulações e aplicações moldam, hoje, a realidade sociológica em que se vive. Assim, analisar seus sentidos é da mais suma importância para a compreensão da realidade sócio-política de uma sociedade. A cidadania, não é um status absoluto e independente: se ela molda as estruturas que regem o Estado e a vida dos indivíduos, ela também é moldada por outros fatores, tanto de ordem política quanto econômica. É sob essa perspectiva que o presente trabalho se propõe a realizar uma análise da construção dos direitos cidadãos no Brasil, sob a ótica da formação histórica do capitalismo brasileiro, com suas especificidades político-econômicas. Para tal, recorreu-se a diferentes estudos firmados na tradição historiográfica e sociológica do Brasil, como os de Sérgio Buarque de Holanda, Murilo de Carvalho e Caio Prado Júnior.
SOCIALISTA:
Na sociedade socialista, a cidadania é realizada por meio de políticas públicas capazes de garantir inclusão social para os cidadãos, de modo que estes possam participar ativamente na atividade econômica e demais áreas sociais.
Deste modo, os socialistas acreditam que o Estado - como um pai - deve corrigir as falhas sociais e atuar na promoção de políticas públicas que garantam direitos e deveres individuais e coletivos.
Explicação:
Resposta:
A globalização da economia levou à desterritorialização da produção e circulação de mercadorias e de capitais, em uma fase de predomínio da lógica de acumulação financeira, dissociando o mercado da dimensão nacional, sob a qual se exerce o poder político estatal.A etapa atual deve ser compreendida como parte do acirramento dessas contradições, não como uma situação implacavelmente estagnada. A proposta é pensar, nesta conjuntura, o lugar da democracia e da cidadania.