Aumento de CO2 na Amazônia pode reduzir chuvas em 12%, estima
estudo
Um aumento de 50% nos níveis de gás carbônico (CO2) na atmosfera pode ter um
efeito na diminuição das chuvas na Amazônia similar ou até maior ao da substituição de
100% da mata por pastagens. A elevação do CO2 pode causar uma queda no vapor d’água
emitido pela floresta que levaria a uma redução anual de 12% no volume de chuvas,
enquanto o desmatamento total diminuiria a precipitação em 9%.
A estimativa foi apresentada em estudo publicado na revista Biogeosciences por
cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade de São
Paulo (USP), Universidade Técnica de Munique e Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
“Como o CO2 é um insumo básico da fotossíntese, quando ele aumenta na
atmosfera há um impacto na fisiologia das plantas, o que pode ter um efeito cascata sobre
a transferência de umidade das árvores para a atmosfera [transpiração], formação de chuvas na região, biomassa da floresta e uma série de outros processos”, explica David
Montenegro Lapola, professor do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas
Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, que liderou o estudo.
Os pesquisadores queriam saber qual seria a influência no regime de chuvas
apenas do efeito fisiológico causado nas plantas pelo aumento do CO2 na atmosfera. É
sabido que uma maior disponibilidade do gás faz com que as plantas transpirem menos,
emitindo menos umidade para a atmosfera e, consequentemente, gerando menos chuvas.
Normalmente, porém, previsões sobre o aumento do dióxido de carbono na
atmosfera não dissociam o efeito fisiológico da elevação do CO2 do efeito que o aumento
desse gás tem sobre o balanço de radiação na atmosfera. Nesse segundo caso, o gás
impede que parte do calor escape da atmosfera, causando o fenômeno conhecido como
efeito estufa.
Projeções apresentadas no último relatório do Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), levando em
conta mudanças no balanço de radiação atmosférica, mais o efeito fisiológico nas plantas,
já haviam mostrado uma possível redução de até 20% no volume anual de chuvas na
Amazônia, evidenciando que grande parte das alterações no regime de chuvas na região
será controlada pela resposta fisiológica da floresta ao aumento de CO2.
Para o estudo atual, os pesquisadores realizaram simulações no supercomputador
do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe, em Cachoeira
Paulista. Foram projetados cenários de um aumento de 50% na concentração atmosférica
de CO2 e seus impactos sobre a fisiologia da floresta ao longo de cem anos de simulação.
Outra simulação deu conta de prever o efeito da substituição de 100% da floresta por
pastagens. “Para a nossa surpresa, apenas o efeito fisiológico nas folhas da floresta geraria
uma diminuição anual de 12% nas chuvas [252 milímetros a menos por ano], enquanto o
desmatamento total levaria a uma redução de 9% [183 milímetros a menos por ano]. São
valores muito acima da variação natural de 5% da precipitação na Amazônia entre um
ano e outro”, diz Lapola.
Os resultados chamam atenção para a necessidade tanto de ações locais – para
reduzir o desmatamento nos nove países que abrigam a Amazônia – quanto globais, de
forma a reduzir a emissão de CO2 na atmosfera pela atividade industrial, transporte e
geração de energia, por exemplo.
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respondido por:
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Resposta:
a) Chuva na Amazônia
b) Que as chuvas são importantes nesse momento de queimadas, e ajudaria a diminui-las
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