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Post hoc ergo propter hoc” é uma expressão latina que significa “depois disso, logo por causa disso”. Esse é o nome de uma falácia que ocorre quando concluímos existir uma relação causal entre dois eventos pelo fato de geralmente ou sempre ocorrem em sequência. Essa falácia também é chamada de falsa causa, correlação coincidente ou causa questionável.
Assim, suponha que você observa, com regularidade, que quando lava o tênis chove no dia seguinte. Considere que isso acaba ocorrendo repetidas vezes, até que você passa a pensar que, de alguma forma, sua ação de lavar o tênis está causando a chuva. Ao fazer esse raciocínio, está cometendo o erro post hoc ergo propter hoc. Ou seja, está concluindo de forma inválida que a causa da chuva é sua ação simplesmente por observar uma correlação entre ela e sua ação.
Correlação e causalidade
Ser capaz de determinar as reais causas de um evento é decisivo para compreendermos a sociedade e para sermos capaz de melhorá-la. Imagine um caso fictício. Um país resolve liberar a posse de armas para a população. Após a aprovação da lei, um grande número de pessoas passa a ter armas em casa. Dois anos depois, os dados sobre criminalidade do país são analisados e se constata que ocorreu uma queda no número de homicídios e de roubos. A partir disso, os defensores da política de armamento argumentam que a nova lei foi capaz de reduzir a violência.
É uma boa conclusão? Aparentemente sim, afinal a violência de fato reduziu. Porém, é necessário cautela na avaliação, porque podemos estar cometendo a falácia post hoc.
Foi observado algo que chamamos de correlação: ocorreu o evento A (liberação do porte de armas) e em seguida o evento B (redução da criminalidade). A mesma correlação foi observada no caso do tênis: ocorreu o evento A (lavar o tênis) e em seguida o evento B (chuva). Dizer que há uma correlação entre dois eventos significa que há uma relação temporal entre eles: um ocorre depois do outro.
A correlação é um bom indício de que há uma possível relação de causa e efeito entre dois eventos, mas por si só não é suficiente. Portanto, para que a conclusão de que a liberação da posse de armas reduziu a violência, do nosso exemplo acima, não seja um post hoc, é necessário descartar outras possibilidades. A redução na violência poderia ter sido provocada por outros fatores, como redução do desemprego, outras políticas governamentais relacionadas à encarceramento, educação, distribuição de renda etc. Somente depois que essas possibilidades tenham sido examinadas é possível verificar qual é realmente a causa da redução da violência.