Texto
Canção do exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá con certidão de idade! Murilo Mendes
Atividades
1 quem sao os eulirico dos poemas?
2 quais sao os elementos ultilizado pelos euliricos para criar a imagem das suas patria?
3 esses elementos revelam uma visao realista ou idealizada do pais ?
4 faça um comentario , explicando porque Gonçalves Dias aproprio-se de um trecho do hino Nacional no seu poema ?
5 No poema de Murilo Mendes , qual traço cultural esta sendo apontado no ultimo verssos? comente
6 qual a diferença entre a revisao do exilio de que fala Gonçalves Dias e aquele o que Murilo Mendes se refere ?
Respostas
1) Neste poema o eu lírico é o próprio autor, Murilo Mendes.
2) Ele utiliza como recurso a ironia ao tratar do nacionalismo, possível observar, por exemplo, através do fragmento "macieiras da Califórnia", "gaturamos de Veneza", "pretos em torres de ametistas", "sargentos monistas, cubistas" e "filósofos são polacos vendendo a prestações".
3) Os elementos revelam uma visão realista ao retratar a desigualdade cultural e social brasileira, que valoriza por vezes mais o que é estrangeiro, motivo pelo qual o poeta se sinta um exilado em seu próprio país.
4) Para dar ênfase às belezas e valores brasileiros.
5) O autor propõe deixar que o Brasil não sofra a intervenção estrangeira em seus produtos, através de músicas criadas por brasileiros ("sabiá con certidão de idade") e o consumo de frutas verdadeiramente nativas ("carambola").
6) O exílio de Gonçalves Dias foi físico e geográfico, pois ele estudava Direito em Coimbra, Portugal, quando criou o famoso poema. Já o exílio de Murilo Mendes é psicológico, saudosista de um Brasil sem influências estrangeiras.
Eu lírico
O eu lírico é a voz que manifesta o pensamento subjetivo do autor e é chamado também de eu poético e sujeito lírico. Uma espécie de narrador do poema, aquela voz, aquela personagem presente nos versos, mas que não é necessariamente o autor real do poema.
É preciso entender a diferença entre o poeta e o eu lírico, a pessoa real e a entidade fictícia. Claro, o poema não está isento da subjetividade do autor, mas no momento da escrita uma nova entidade surge, desapegada da lógica e da compreensão de si mesmo, fatores que nunca abandonam quem cria os versos.
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