Explique, as razões que levaram as mulheres a terem menos filhos nos dias atuais, comparando as com a década de 1960.
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Resposta:
As brasileiras estão tendo cada vez menos filhos, principalmente nas famílias mais pobres. Esta redução está ligada diretamente ao alto custo de vida nas grandes cidades.
As pessoas acabam tendo menos filhos para poder investir melhor na educação deles. Essa redução foi registrada em todo o país e principalmente entre as famílias mais pobres.
Em dez anos, a queda do número de filhos por família chegou a 10,7% no Brasil. A redução foi ainda maior entre a população mais pobre: 15,7%.
O levantamento, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, mostra ainda que a média de filhos por família caiu. Em 2003, era de 1,78. Em 2013, era de 1,59 filho por família.
Essa queda da natalidade está ligada ao alto custo de vida nas cidades e também aos gastos, cada vez maiores, que os pais têm para educar os filhos. As famílias brasileiras estão menores, muitas vezes, por imposição da economia.
A família da Quélita sempre foi numerosa. Os avós criaram oito filhos. Os pais, três. Mas ela tem apenas um, o Artur.
“Por questão financeira, questão de educação, é muito trabalho. O que não tive, eu quero suprir nele, as minhas expectativas. Então, fazer um curso de inglês, ter um bom estudo, fazer natação, fazer um intercâmbio. Isso acho muito fundamental, e se tivesse mais filhos para mim isso fugiria do controle”, conta a dona de casa Quélita Cardoso.
Para o professor Hélio Zylberstajn da faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, a redução do número de filhos nas famílias tem dois impactos.
“Como a gente vai ter menos crianças para ensinar isso pode ser uma oportunidade para melhorar a qualidade do ensino. Para preparar melhor essas crianças para os outros níveis de educação. A segunda consequência é no mercado de trabalho. Como nós fazemos menos crianças, nós vamos ter menos trabalhadores, aliás já estamos tendo. O fluxo de jovens chegando ao mercado de trabalho está diminuindo”, explica o professor de economia da USP Hélio Zylberstajn.
O professor diz ainda que a tendência é a população ativa diminuir, o que deve comprometer a previdência social.
“Porque nós vamos ter menos gente no mercado trabalhando para sustentar os que já saíram do mercado e se aposentaram. Essa é uma bomba relógio que estamos olhando. Ela vai explodir em algum momento lá na frente, se a gente não der conta dessa situação”, afirma Hélio Zylberstajn.
Segundo os especialistas, além dessa questão financeira, outros fatores têm contribuído para a queda da natalidade no Brasil. Entre eles o mais acesso à informação sobre os métodos contraceptivos e o aumento da escolaridade da mulher jovem