Faça um poema em forma de cordel partir de uma lenda indígena. estrutura mínima: 3 estrofes com 6 versos cada uma.
Respostas
Resposta: Lenda guarani em cordel
Explicação: O vento vindo do Sul
É como a voz do ancião,
Sabedoria surgida
Em tempos que longe vão,
Flores que hoje são colhidas
No jardim da tradição.
Muitas lendas são contadas
Pelo povo guarani.
De uma delas pelo menos
Eu nunca mais esqueci:
A linda história de amor
De Pitá e Moroti.
Pitá, um bravo guerreiro,
Moroti, linda donzela.
Se ela o amava demais,
Ele fazia por ela
Tudo o que fosse possível
Para a alegria dela. Entre o bonito casal
Reinava a felicidade,
Porém, debaixo do sol,
A inveja e a maldade
Jamais aceitam que alguém
Seja feliz de verdade.
Tanto que Pitá dizia:
— Moroti, ouça um segredo:
Apesar de tão feliz,
Confesso que tenho medo
De um dia a nossa ventura
Ir embora no degredo.
A moça, porém, falava:
— Deixe de inquietação;
Nada vai nos separar,
É seu o meu coração.
Acalme-se, pois não há
Motivo para aflição.
Pitá apenas sorriu,
Beijando o rosto da amada.
Despediu-se quando a Lua
Enfeitava a madrugada
E o sabiá já cantava,
Anunciando a alvorada.
Nota: A lenda reproduzida neste livro era contada há muitas gerações pelo povo guarani, que vivia às margens do rio Paraná, do lado argentino. Boa parte na nação guarani sucumbiu à invasão de suas terras, pelos europeus, a partir do século 16. Além de serem submetidos a trabalhos forçados e a outras formas de violências, muitos não resistiram às doenças trazidas pelo colonizador branco.
Os guaranis, atualmente, vivem em algumas regiões do sul do Brasil e do Paraguai. Neste país, sua presença é tão forte que o guarani tornou-se a segunda língua. A história apresenta algumas diferenças da conhecida lenda amazônica, mas, no essencial, está muito próxima dela. Uapé, a história em que se baseia o nosso cordel, foi publicada em Buenos Aires, em 1949, por Ernesto Morales no livro Leyendas guaraníes. Uapé — ou wa’pé — é o nome indígena da vitória régia.
Resposta:
Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?
Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?
Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?
Não poderíamos iniciar esta seleção de poemas de cordel de outra forma. No dia 19 de novembro é comemorado o Dia do Cordelista em homenagem ao grande poeta recifense Leandro Gomes de Barros, considerado o primeiro escritor brasileiro de cordel. Ao longo de sua vida, Barros escreveu cerca de 240 obras e foi uma referência para outros ilustres escritores brasileiros, como Ariano Suassuna e Carlos Drummond de Andrade que disse que o poeta era "o rei da poesia do sertão e do Brasil".
Explicação:
Não Precisa me Agradecer