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Explicação:
México e os segredos do meteorito que acabou com os dinossauros
Um projeto vai perfurar o fundo do mar para analisar a cratera provocada há 66 milhões de anos por um impacto descomunal de massa cósmica
A América do Sul e a África ainda não eram dois continentes separados. O golfo do México estava sendo formado. E o Caribe. E a região central do oceano Atlântico. Há 66 milhões de anos, quando o México não era o México, um meteorito de mais de dez quilômetros de diâmetro caiu sobre o que hoje é a Península de Yucatán, então submersa, e desencadeou um cataclismo que terminou com uma infinidade de organismos vivos. Entre eles, os dinossauros.
A descrição feita do ocorrido pelo geofísico mexicano Jaime Urrutia Fucugauchi (a família de seu pai era de um povoado ao sul de Bilbao e sua mãe, japonesa) é dantesca. Fala de um nuvem de fumaça que cobriu tudo e interrompeu a fotossíntese porque bloqueou a chegada da luz do sol. Toneladas de fragmentos de rocha que foram lançadas pelo ar com uma violência inimaginável atravessaram a atmosfera até o alto, voltaram por efeito da gravidade e, no retorno, pelo contato com a atmosfera, geraram um “impulso térmico”, uma onda de calor, que varreu a superfície a temperaturas de mais de 500 graus.
Urrutia é um dos diretores de um projeto internacional que busca aprofundar o conhecimento sobre aquele fenômeno-chave da história da Terra. A cratera provocada pelo impacto do meteorito segue existindo e se encontra submersa, oculta sob o leito marinho. O plano do Projeto Científico de Perfuração da Cratera Chicxulub, antecipado nessa semana pelo diário Animal Político, é perfurar o leito até aproximadamente um quilômetro de profundidade, onde, sepultado por 66 milhões de anos de sedimentos, está a cratera.