• Matéria: Português
  • Autor: dacostacapichvanessa
  • Perguntado 4 anos atrás

TEXTO

Ao ver o amiguinho [o Curupira], a Iara explicou queixosa:

— Não sei o que me aconteceu, Curupira! Não estou conseguindo respirar direito dentro do

rio, como estou acostumada. Há alguma coisa na água que está me provocando espirros e

soluços. Veja os coitados dos peixinhos, estão ficando muito doentes!

O Curupira fungou um pouco e disse:

— É... há um cheiro meio estranho por aqui...vai ver esse rio está ficando poluído!

A Iara arregalou os olhos e foi logo perguntando, curiosa:

— Poluído? Que quer dizer isso? Eu nunca ouvi essa palavra!

— Poluído quer dizer sujo, — explicou o Curupira.

— Sujo? Não pode ser. O meu rio não é sujo. Ele só fica um pouco turvo quando chove,

porque a chuva traz um pouco de terra dos barrancos. Mas isso não faz mal nem a mim nem

aos peixinhos.

O Curupira explicou:

— Não é disso que estou falando. A poluição é causada por coisa podre... ou então por

venenos.

— Coisa podre? Venenos? Do que é que você está falando? — perguntou a Iara,

assustada.

— Eu acho que você só quer me fazer medo!

O Curupira ficou um pouco triste e preocupado:

— Não, Iara, eu não estou querendo assustar você. Infelizmente não estou brincando.

Acho mesmo que alguém está jogando coisas que apodrecem o rio: esgoto, lixo e coisas

assim... Sem contar os venenos que são jogados pelas fábricas!

— Mas quem iria fazer uma malvadeza dessas? Os nossos amiguinhos índios semprefizeram suas casas perto do rio, mas não jogam lixo nele.

— É que os índios não constroem cidades! Nem fábricas! São elas que acabam poluindo

os rios.

— Cidades? Fábricas?! — exclamou a Iara, muito espantada. — Eu nunca pensei que

existisse isso por aqui!

— Elas brotam em todas as partes e sempre na beira dos rios. — explicou o Curupira.

A Iara mostrou-se um pouco preocupada:

— Será que algumas delas brotou por aqui?

— É bem possível. — respondeu o Curupira. — Um lugar como este, com um rio tão

bonito, é sempre procurado pelos homens quando se quer construir uma cidade. As pessoas

chegam, derrubam toda a mata, afugentam os animais e logo constroem casas, prédios e

fábricas. Em pouco tempo, em vez das árvores, só vemos chaminés; e o rio, que era limpo e

cristalino, logo vira esgoto e depósito de sujeira.

— Mas... será que não existe um jeito de construir a cidade sem destruir tudo o que a

natureza demorou tanto para fazer?

O Curupira sorriu:

— Existe sim. Há cidades que não poluem. Mas, infelizmente, parece que algumas

pessoas gostam de viver na sujeira!

[...] A Iara e a poluição das águas, de Samuel Murgel Branco. São Paulo:

Moderna, 2002.

EXPLORANDO O TEXTO...

1 - A partir da leitura, responda as questões:

• Marque a opção que aponta uma informação incorreta sobre o texto:

A - ( ) A Iara está muito assustada porque não consegue respirar direito dentro do rio.

B - ( ) O Curupira explica à Iara o que é um rio poluído.

C - ( ) A Iara e o Curupira estão satisfeitos com a poluição das águas.

D - ( ) Os índios nunca jogaram lixo nos rios.

E - ( ) As pessoas derrubaram as matas para construírem cidades e fábricas.

• Identifique a opção em que a palavra destacada não expressa uma ação:

A - ( ) “... algumas pessoas gostam de viver na sujeira!”

B - ( ) “A poluição é causada por coisa podre...”

C - ( ) “As pessoas chegam, ...”

D - ( ) “A Iara arregalou os olhos...”

E - ( ) “A natureza demorou tanto...”

• O rio fica um pouco turvo quando chove, porque a chuva traz terra dos barrancos.

A frase acima, mostra uma relação de:

A - ( ) fato e consequência.

B - ( ) finalidade e fato.

C - ( ) consequência e fato.

D - ( ) fato e causa.

E - ( ) causa e fato.

• “Mas isso não faz mal nem a mim nem aos peixinhos.”(8ª linha).

O vocábulo destacado refere-se

A - ( ) à poluição.

B - ( ) à Iara.

C - ( ) aos espirros e soluços.

D - ( ) ao rio.

E - ( ) a terra arrastada dos barrancos.​

Respostas

respondido por: anagabriele8723
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