• Matéria: História
  • Autor: gabrieldonato711
  • Perguntado 4 anos atrás

Os padres no Brasil Colônia podiam ter escravos?​

Respostas

respondido por: unicorniomickey
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Resposta:

os padres jesuítas tornaram-se empecilhos para a escravidão, porque defendiam os índios para serem catequizados. A Coroa só autorizava a escravidão indígena por meio da guerra justa.

respondido por: basiliomendes2000
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Resposta:

Como se situavam os padres diante dessa realidade? Participavam, enquanto representantes autorizados da Igreja católica, do projeto europeu no Brasil. Por mais que se sensibilizassem diante da dor e desgraça dos africanos aqui despejados pelos navios negreiros, não tinham força nem vontade de mudar a ordem das coisas que entravam na lógica interna do sistema colonial. Eles próprios eram europeus ou, mais tarde, filhos brancos de europeus, e participavam do mundo dos colonizadores por seu modo de pensar, reagir e sentir as coisas. Seria inteiramente ilusório imaginar que os padres pudessem, na época, contestar o projeto europeu na América, pois o próprio projeto era fundamentalmente católico, realizou-se através do catolicismo, seu maior sustentáculo e base de legitimação.

Durante todo o período colonial os padres pertenciam ao grupo mais honrado e respeitado de quantos viviam aqui, não só por causa de seu ministério sagrado, mas também por sua “limpeza de sangue”. Padre sempre era filho de família diretamente ligada à Europa, e pertencia ao pequeno círculo de brancos no meio de uma sociedade de mestiços, mulatos e negros. As Constituições do Arcebispado da Bahia, de 1707, que foram durante os séculos XVIII e XIX a Carta Magna da Igreja no Brasil, proibiam o sacerdócio a mulatos, a não ser por indulto papal. Essa ordem jurídica nem sempre foi obedecida, de sorte que houve casos de mulatos claros no clero e até no episcopado, sobretudo no século XIX. Mas os mulatos que conseguiram subir tão alto na sociedade tiveram todo o cuidado em conformar-se com o modo de pensar reinante na classe dos brancos, e esquecer, por assim dizer, a cor de sua pele. O Brasil mulato e negro não conheceu líderes religiosos que defendessem seus direitos e a dignidade de sua raça, como aconteceu no protestantismo norte-americano, onde pastores negros e mulatos defendiam os direitos dos fiéis de sua cultura e origem. A Igreja católica no Brasil nunca conheceu uma figura como, por exemplo, a do pastor Martin Luther King, defensor dos negros protestantes (e outros) nos Estados Unidos.

Tudo isso está bem resumido nas palavras do historiador Capistrano de Abreu: “A mestiçagem com o elemento africano, ao contrário da mestiçagem com o americano, era vista com certa aversão e inabilitava para certos postos. Os mulatos não podiam receber as ordens sacras, por exemplo. Daí o desejo comum de ter um padre na família, para provar limpeza de sangue”[1]. Dentro dessa perspectiva deve ser compreendido o fato de que as quase duzentas congregações religiosas europeias masculinas e femininas que ingressaram no país entre 1880 e 1930 se recusassem a receber em seus noviciados e seminários pessoas negras ou mulatas”[2]. A Igreja sempre apostou na raça branca para evangelizar o Brasil, até nos dias que correm.

Já que os padres pertenciam à mais alta camada social num país baseado no trabalho escravo, inclusive no trabalho doméstico, não é de se estranhar que os padres fossem donos de escravos, senhores numa sociedade escravocrata. Eles não se distinguiam dos demais amos de escravos, fazendo com que a religião católica no Brasil-Colônia fosse uma força apagada, uma consciência adormecida. Ninguém melhor do que o grande lutador pela abolição da escravidão no Brasil nos anos 1870-1880, Joaquim Nabuco, para dizer até que ponto esse convívio diário entre padres-senhores e negros-escravos prejudicou a atuação do catolicismo enquanto movimento baseado no evangelho: “Grande número de padres possuem escravos, sem que o celibato clerical o proíba. Esse contato, ou antes contágio de escravidão deu à religião entre nós o caráter materialista que ela tem, destruiu-lhe a face ideal e tirou-lhe toda possibilidade de desempenhar na vida social do país o papel de força consciente”[3]. Joaquim Nabuco podia falar com experiência: lutou em vão com todas as forças para que o clero se interessasse pela causa da abolição. Foi na “seita” dos maçons que encontrou compreensão e colaboração para seus projetos de libertação das pessoas negras no Brasil. Os padres ficaram insensíveis e não usaram do poder do púlpito para esclarecer o povo e divulgar a ideia da libertação. Foi com certa mágoa que Nabuco escreveu acerca dos bispos dom Vital, do Recife, e Dom Macedo Costa, de Belém, que a luta deles se dava num campo errado: em vez de combater a maçonaria, os bispos teriam que combater a escravidão: “Nem os bispos, nem os vigários, nem os confessores estranham o mercado de entes humanos… Dois dos nossos prelados foram sentenciados à prisão com trabalho, pela guerra que moveram contra a maçonaria; nenhum deles, porém, aceitou a responsabilidade de descontentar a escravidão”[4].Essa oposição entre a luta contra a maçonaria (luta pela hegemonia do poder) e  Sempre

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