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Exemplo: Corona Vírus
> impactos psicológicos da quarentena para as pessoas envolvidas, bem como sobre as possíveis formas de atenuá-los. Em uma revisão rápida das evidências acerca dos impactos psicológicos da quarentena e de como reduzi-los.
Ele constatou que havia uma maior prevalência de respostas emocionais negativas entre as pessoas que estiveram em quarentena, como “medo”, “tristeza”, “culpa”, “confusão”, “raiva”, “humor baixo”, “irritabilidade”, “ansiedade”, “insônia”, dentre tantas outras.
Também foi possível notar alguns desses sintomas na população geral, e um estudo identificou uma relação direta entre pessoas que tinham histórico de doença psiquiátrica e a apresentação de ansiedade e raiva quatro a seis meses após a liberação da quarentena, sugerindo que essas pessoas precisariam de um suporte extra durante a quarentena.
Além do mais, muitos participantes continuaram a se envolver em comportamentos de prevenção após o término da quarentena, e, para algumas pessoas, o retorno à normalidade levou muitos meses.
Dessa forma, faz-se necessário mapearmos os principais fatores de estresse não apenas durante, mas também após o período de quarentena, a fim de pensarmos em estratégias de atuação que possam reduzir as consequências negativas na saúde mental e no bem-estar das pessoas envolvidas.
Nosso cenário torna-se ainda mais crítico pelo fato de que nem todas as autoridades estão aderindo às recomendações da quarentena, levando a uma divisão da população em um momento que deveria ser monovocal para a proteção do coletivo.
No que se refere ao medo de infecção, participantes de diferentes estudos, sobretudo mulheres grávidas ou com crianças pequenas, relataram temores sobre suas próprias saúdes ou medo de infectarem outras pessoas, principalmente membros da família.
Isso se intensificava quando experienciavam algum sintoma físico que pudesse estar relacionado à doença. Esse medo continuou a ser relatado como respostas psicológicas severas mesmo meses depois.
O confinamento, a perda da rotina habitual e a redução do contato social e físico com outras pessoas foram frequentemente associados ao tédio e à frustração, bem como a uma sensação de isolamento do resto do mundo, o que se mostrou como algo angustiante para os participantes durante esse período. A falta de suprimentos básicos, como comida, água, medicamentos, etc., também foi uma fonte significativa de frustração durante a quarentena e continuou associado à raiva e à ansiedade mesmo seis meses após o período.
Por fim, o último fator de estresse identificado durante o período da quarentena consistiu na precariedade de informações por parte das autoridades públicas de saúde, em que diversos participantes relataram uma insuficiência de diretrizes sobre ações a serem tomadas e confusão sobre o objetivo da quarentena.
Isso foi associado à falta de coordenação entre as múltiplas jurisdições e níveis de governo envolvidos, bem como à falta de transparência dos oficiais de saúde e do governo sobre a gravidade da pandemia.
A precariedade das informações tem sido um problema enfrentado no Brasil desde as primeiras semanas de sugestão de quarentena. A incongruência dos dados fornecidos pelo Estado não ofertam segurança à população para que as medidas de segurança permaneçam.
Além disso, o país continua com dificuldade para realizar testagens, dando a falsa segurança de que as pessoas que estão realizando quarentena estão saudáveis, logo, não necessitam tamanha privação.
No que se refere aos fatores de estresse após o período de quarentena, destacam-se as questões relacionadas às finanças. Isso porque a perda financeira pode ser um problema significativo durante a quarentena, e seus efeitos parecem se estender por meses após, gerando grave sofrimento socioeconômico e, consequentemente, psicológico.
Isso se agrava nos casos de profissionais autônomos, que se tornam incapazes de trabalhar e precisam interromper suas atividades profissionais sem planejamento avançado.
Muitos tornaram-se dependentes de suas famílias para provê-los financeiramente durante a quarentena, o que muitas vezes é difícil de aceitar e poderia causar conflitos.
Considerando, portanto, que a quarentena está frequentemente associada a efeitos psicológicos negativos não só durante o período, mas ainda meses ou anos após, questiona-se:
Quais medidas efetivas podem ser implementadas como parte do processo de planejamento da quarentena a fim de reduzir seus impactos psicológicos para as pessoas envolvidas?