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Resposta:
Poema da Pobre Humaitá
(dedicada àqueles que endurecem, mas que não perdem a ternura)
Mas a Kombi branca solidária do Xexéu, que junto
À caridade popular, faz-me acreditar num socialismo-cristão,
Que ameniza voluntariamente o descaso na saúde pública
Pois a união é capaz de transformar qualquer caos instalado
Em esperança, e devaneios utópicos possíveis
Numa uma sociedade mais justa e igualitária.
O que fizeram contigo, Humaitá?
Teu igarapé do Bem emporcalhado por excrementos
De privadas submersas. As tuas ruas sem verde, sem cor
És ingrata ao teu povo “tão educado e sonhador”?
Teu católico supersticioso não acredita mais em ti
Teu evangélico convicto espera morrer para encontrar vida melhor
A galinha preta que estava em uma dessas encruzilhadas
Foi devorada numa bocada só, numa ceia especial num lar pobre
Onde só se come mandi, pescado lá na Espalhadeira “Fome Zero”
Os pequenos pés sujando a escola de lama vermelha (cor do coração),
Dádiva de algum bairro mais distante da fachada.
Salvai-nos, São Sebastião!
Tua juventude alienada e quase perdida
Tua cara, por vira-latas, lambida
A impingem, o piolho, a lombriga;
Quase nada, diante do roncar da frágil barriga.
Olhos famintos e o estômago pensativo
Como prova de amor dar-te-ei um bom livro.
Tu precisas te alimentar, ó minha inculta Humaitá!
Transformar em ação toda essa insatisfação
Teu “helenismo amazônico” e os peregrinos da educação
Faz-nos acreditar na tua regeneração, ó pobre meretriz!
Pois se o povo quiser, um dia serás mais feliz!
Hoje parece não haver amanhã,
Ontonte nós era muito mais crente!
Mas como arredio e bravio Pirahã,
Diga “NÃO” às mentiras, povo humaitaense !
A que tipo de progresso estamos dando relevância?
Em Humaitá não há alegria nem respeito à cidadania
No entanto ainda há esperanças. Sim, ainda há!
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