• Matéria: Português
  • Autor: almirinhaLimaSantana
  • Perguntado 4 anos atrás

O número de crianças que perderam a vida nos
últimos 12 anos foi em decorrência de quais
fatores? (0,5)​

Respostas

respondido por: kevileazevedo5389
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Resposta:

No Brasil, todos os dias, 32 crianças e adolescentes morrem assassinados. Responder às formas extremas de violência e prevenir os homicídios de crianças e adolescentes são prioridades para o UNICEF.

Menino olha através da janela

Coletivo Rua/Tércio Teixeira

Nas últimas décadas, o Brasil alcançou avanços importantes na redução da mortalidade infantil. Essas conquistas permitiram que o País salvasse 827 mil crianças entre 1996 e 2017.

No entanto, muitas dessas crianças, não chegaram à idade adulta. No mesmo período (1996 a 2017), 191 mil crianças e adolescentes de 10 a 19 anos foram vítimas de homicídio no Brasil. Ou seja: as vidas salvas na primeira infância foram perdidas na segunda década por causa da violência (Datasus).

O número de homicídios de adolescentes do sexo masculino no Brasil é maior, inclusive, do que em países afetados por conflitos, como Síria e Iraque. Em 2015, 11.403 adolescentes de 10 a 19 anos foram assassinados no Brasil, dos quais 10.480 eram meninos. No mesmo período, na Síria, um total de 7.607 meninos morreram, a maioria em decorrência da guerra. No Iraque, foram registradas 5.513 mortes de meninos no mesmo período, em decorrência da violência.

Caso não haja mudanças significativas no País, 43 mil adolescentes de 12 a 18 anos serão mortos no Brasil entre 2015 e 2021, de acordo com o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA, 2014). O IHA é uma ferramenta desenvolvida pelo UNICEF e parceiros para analisar o cenário dos homicídios de adolescentes no País e fazer estimativas para o futuro.

Segundo o IHA, sete das 10 cidades mais violentas do Brasil estão na Região Nordeste. Fortaleza tem o maior índice de homicídios de adolescentes do País, com 10,94 para cada 1.000 adolescentes, seguida por Maceió (9,37). Rio de Janeiro e São Paulo, na Região Sudeste, ocupam as posições 19 e 22 no ranking (com 2,71/1.000 e 2,19/1.000, respectivamente).

UNICEF Brasil

A vida desses adolescentes é marcada por uma série de violações de direitos. Em 2017, um estudo produzido pelo UNICEF e seus parceiros analisou a trajetória de adolescentes mortos em sete cidades do Ceará. Na capital, Fortaleza, 44% das mortes aconteceram em 17 dos 119 bairros da cidade. Metade das vítimas morreu a cerca de 500 metros de casa e 70% estavam fora da escola a, pelo menos, seis meses. “Eu ouvi o tiro que matou meu filho”, disse aos pesquisadores a mãe de um dos meninos mortos.

A pesquisa e os números confirmam que a vida dos adolescentes das periferias é marcada por uma enorme falta de oportunidades que os torna cada vez mais vulneráveis à violência letal. Além de manter os investimentos na primeira infância, é hora de o Brasil investir igualmente na segunda década de vida.

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