• Matéria: História
  • Autor: gulartedasilvarosae
  • Perguntado 4 anos atrás

Por que a idade contemporânea é considerada uma incongênita?​

Respostas

respondido por: alanacarvalhosilva8
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Resposta:

A divisão esquemática dos períodos da história entre Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea foi traçada por historiadores do início do século XIX logo após o processo revolucionário que se desencadeou na França. Desse modo, a expressão “Idade Contemporânea”, como sendo o último estágio do processo histórico vivido até então, referia-se aos acontecimentos que eram contemporâneos a esses historiadores do século XIX. Desde então, tornou-se corriqueiro adotar essa divisão. Assim como a Idade Moderna, simbolicamente, teve início com a conquista de Constantinopla pelos turcos-otomanos em 1453, a Idade Contemporânea teve seu marco inicial simbólico com a irrupção da Revolução Francesa em 1789.

Esta seção de Idade Contemporânea, portanto, organiza e oferece ao leitor um conteúdo que abrange o período desde 1789 até os acontecimentos atuais mais relevantes. Após todas as etapas do processo revolucionário francês, que se desenvolveu na década de 1790, seguiu-se a Era Napoleônica, que teve início em 1799, com a fase do consulado, e estendeu-se até 1815, quando Napoleão renunciou ao poder. O império de Napoleão Bonaparte mudou radicalmente o mapa da Europa e inaugurou uma nova concepção de Estado nacional, em detrimento do Estado Moderno Absolutista.

A despeito das tentativas de restaurar o Antigo Regime após a queda de Napoleão, tentativas essas expressas pelo Congresso de Viena (1815), o modelo do Estado nacionalista, com pretensões expansionistas, dominou o século XIX. A Unificação da Itália e a Unificação da Alemanha, com a consequente Guerra Franco-Prussiana, seguiram essa esteira. O enfraquecimento dos impérios ultramarinos, como o espanhol e o português, em virtude das guerras napoleônicas, também proporcionou os processos de independência na América Latina, bem como a busca pela hegemonia no continente americano por parte dos Estados Unidos da América.

Associadas ao nacionalismo europeu do século XIX, a Segunda Revolução Industrial e a fusão do capitalismo financeiro com o capitalismo industrial deram a base do chamado Neocolonialismo, ou Imperialismo europeu. Esse fenômeno histórico ficou caracterizado pela busca de expansão da indústria e pela procura de matérias-primas e mão de obra em outros continentes, sobretudo na África e na Ásia. Essas ideologias nacionalistas provocaram uma enorme tensão no continente europeu que culminou na formação das alianças (Tríplice Aliança e Tríplice Entente) político-militares que se digladiaram na Primeira Guerra Mundial.

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De certa forma, o século XX começou, de fato, em 1914, com o advento da Primeira Guerra. Isso porque esse acontecimento foi um marco na história mundial e na história das guerras. A dimensão catastrófica que a “A grande guerra”, como foi chamada, assumiu era sem precedentes. Mais uma vez o mapa da Europa foi radicalmente transformado, sobretudo após o Tratado de Versalhes. Os grandes impérios nacionalistas entraram em colapso, e novas formas de organização política e militar surgiram. A Revolução Russa, completada nos últimos meses de 1917, e a consequente formação da URSS são exemplos dessas novas formas de organização política, bem como a ascensão de regimes como o Nazismo e o Fascismo.

Em pouco mais de vinte anos (de 1918 a 1939) o mundo foi abarcado por uma nova guerra mundial, ainda mais catastrófica que a primeira. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) revelou várias formas de destruição em massa de vidas humanas, desde o holocausto dos judeus (um genocídio programado e executado em escala industrial) até o uso de bombas incendiárias e, por fim, o uso das bombas atômicas. Após 1945, mais uma vez, o mapa geopolítico foi transformado.

A chamada Guerra Fria dominou o cenário mundial de 1945 a 1989. Durante esse período, vários focos de guerra de diferentes tipos e por motivos diversos espalharam-se pelo mundo. A ordem geopolítica foi dividida entre as democracias ocidentais, de orientação liberal e lideradas pelos EUA, e os países comunistas, de orientação intervencionista e antidemocrática, liderados pela URSS. Vários são os pontos que caracterizaram esse período, desde as corridas armamentista e espacial até a Construção do Estado de Israel e as guerras no Oriente Médio. Marcaram esse período também a construção do Muro de Berlim e a sua posterior queda, o esfacelamento do império soviético, a hegemonia americana e a atual ascensão da China e da Rússia como novas potências hegemônicas.

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