Os textos do gênero crônica, como Brilhante,
Adamastor, distinguem-se claramente dos con-
tos, embora tenham alguns pontos em comum
com esse gênero. A principal diferença é que a
crônica está diretamente vinculada ao jornalis-
mo, ou seja, à atividade discursiva da comunica-
ção de fatos de natureza predominantemente
não ficcional. Isso você pode notar pelo motivo
de Brilhante, Adamastor. esse texto parece ter
como base um acontecimento real. Relembre, a
propósito, a discussão sobre realidade e ficção
feita no Capítulo 1.
Outra diferença entre a crônica e o conto é que este último é um gêne-
to em que predomina nitidamente uma organização narrativa do discurso
(relembre, consultando no capítulo anterior, as características narrativas do
conto); por sua vez, a crônica é mais livre (não tem organização textual muito
definida: até certo ponto, pode assumir uma forma próxima do conto, um
gênero literário de ficção, ou de gêneros jornalísticos, como a notícia (que
você estudará no Capítulo 6), ou ainda de gêneros relatoriais, como a carta,
etc.). Uma de suas características mais marcantes é a fusão de narrativa
com a expressão de opiniões e ideias. Por isso apresenta uma mistura de
fatos, opinião e impressões pessoais do enunciador, e pode estar ligada tanto
à expressão de fatos baseados em eventos reais como à expressão ficcional.
A linguagem de uma crônica também tem características híbridas, que
fazem dela um gênero que circula tanto na esfera jornalística como na esfera
literária: ela combina elementos característicos dos gêneros da esfera literária
(por exemplo, o uso expressivo das palavras, a linguagem figurada, o trabalho
com as figuras, como você viu na seção "Para entender o texto") com elemen-
tos da linguagem jornalística (uma busca pela objetividade e pela concisão).
Também não é possível confundirmos a crônica com a notícia: a finalidade
da notícia é noticiar um fato, ao passo que a finalidade da crônica é chamar
a atenção dos leitores para o fato, convidando-os a refletir sobre ele e a
tirar suas próprias conclusões. Nisto, ela se aproxima também dos gêneros
da esfera literária, em que sempre se busca um engajamento ativo da parte
do leitor, seja na interpretação, seja na construção dos sentidos (nos gêneros
da esfera literária, como você já deve ter percebido até aqui, o trabalho do
leitor é essencial à construção dos sentidos, tanto que muitos estudiosos
consideram que nesses gêneros existe uma "construção colaborativa” de
sentidos entre autor e leitor).
O texto a seguir é outro exemplo de crônica. Se você já passou por uma
situação embaraçosa em que se sentiu envergonhado pelo que fez, vai se
identificar com ele. Leia-o. Enquanto lê, observe como o enunciador-narrador
convida o leitor (expresso no texto por meio de formas de expressão explícita
do enunciatário, como o pronome você) a se engajar ativamente nesse movi-
mento de construção colaborativa de sentidos, tão característico de muitos
gêneros da esfera literária.
marque V ou F verdadeiro ou falso
( ) Ela está ligada ao jornalista
( ) tem características literárias como a linguagem figurada
( ) a finalidade é noticiar um fato
( ) objetiva convidar o leitor para uma reflexão
( ) o leitor tem um papel importante na construção de sentido
( ) apenas o autor da sentido ao texto ou seja o leitor não pode tirar suas conclusões
( ) a linguagem jornalística é objetiva
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preciso da resposta gente alguém sabe
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