Da escuridão para o colorido
Aluna: Évelin Cristina Nascimento da Silva
Tristeza! É o que sinto quando abro meus olhos e vejo a mais terrível escuridão, que não cessa. O único
remédio é fechá-los e deixar-me levar pelas lembranças.
Lembro-me como se fosse ontem: bem cedinho, o sol não havia nem acordado ainda, eu já estava na
estrada da minha cidade Santa Branca
que nem asfaltada era, pura terra,
com uma brochura e alguns lápis dentro de uma sacolinha de arroz - pois nossa vida era difícil e papai só
ganhava o suficiente para não morrermos de fome e frio. Enquanto caminhava, a poeira batia em meus olhos
e os fazia ficar cheios d'água.
Eu ia cantarolando que nem um sabiá até chegar à escola Barão de Santa Branca,
hoje bem conhecida na cidade e antigamente a única. Recordo-me de que lá havia um muro para meninos e
meninas não ficarem misturados. Bobagem! Ai de nós se tentássemos olhar para elas... A régua cantava na
palma de nossas mãos, parecia que os professores sentiam prazer em fazer isso, eram rígidos demais.
Assim que saíamos da escola, eu e meus amigos íamos nadar atrás da fábrica de trigo, que hoje não existe
mais - nem a fábrica, nem as águas limpas. Depois íamos jogar bola atrás do mercado municipal, onde hoje
é o posto de saúde. Ficávamos parecendo tatus, a terra grudava nas roupas e na pele molhada. Depois disso
dávamos mais um pulo na cachoeira, pois se chegássemos assim em casa a vara de amora era o presente para
nossas pernas.
O mais engraçado era ver D. Dolores dirigindo. Se surgia uma nuvem de poeira, podíamos ter a certeza de
que era ela com seu Chevrolet. Afinal, era a única mulher de Santa Branca que dirigia.
Não posso me esquecer dos cortejos: a cidade inteira seguindo um caixão, sem saber quem estava dentro.
Havia uma banda que tocava para o defunto e ele tinha direito até a foto. Dá para acreditar nisso? Mamãe
me dizia para não dar risadas nem ir ver o rosto do morto, principalmente se fosse gente ruim, senão ele
poderia voltar para assombrar. O sino da delegacia tocava pontualmente as 21 horas para todos se
recolherem, era uma época bem perigosa. De noite a cidade era iluminada por lampião de querosene - isso a
deixava mais sombria.
Foi minha melhor época, mas hoje sou velho, e a cegueira tomou conta dos meus olhos.
Tenho saudade do colorido que hoje só vejo em minha mente através das lembranças do
passado. Escuridão é o que eu vejo, mas jamais sairá de mim a magia de recordar.
Esse texto pertence ao gênero:
a) artigo de opiniâo
b) entrevista
c) memórias literárias
d) conto
me ajude pfv ♡_♡
Anônimo:
gado d+
Respostas
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1
Resposta letra a)
Não sei se tá certo
Não sei se tá certo
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1
Resposta:
C
Explicação passo a passo:
memorias literaria
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