O taxista de cabelo branco
Dos taxistas aqui da esquina, só sei o nome do Adão. Na primeira vez que peguei seu táxi, ele apontou para fora da janela, disse “olha só, as goiabeiras da Henrique Schaumann tão carregadas” e, quando reparei nas goiabas que brotavam no canteiro central da avenida, já éramos amigos de infância. [...].
Muito diferente do Adão é o taxista de cabelo branco. Seu nome não sei e admito que, até a última quinta, não estava interessado em saber. Havia, entre mim e o taxista de cabelo branco, um certo desconforto. Veja, não sou homem de alimentar inimizades e costumo preferir o acordo ao conflito, mas em algumas ocasiões não há consenso possível: antes da última Copa do Mundo eu reclamei do Dunga, o sujeito resolveu apoiar o obtuso treinador [...].
Na última quinta, eu e o taxista de cabelo branco estávamos na Vinte e Três de Maio, a caminho de Congonhas, imersos em nossa silenciosa discórdia, quando tocou meu celular. Durante os últimos meses, eu e minha mulher vínhamos procurando um lugar para morar. [...] Fizemos uma proposta um pouco abaixo do que o proprietário estava pedindo, ele ficou de pensar, sumiu e, quando já estávamos quase desistindo de receber uma resposta, eis que meu celular começa a tremer e gritar [...]. Atendi, nervoso. Ele disse que topava, fechamos negócio.
Quando desliguei, já estávamos no aeroporto, o carro encostando no meio-fio, com o pisca-alerta ligado. “Comprei uma casa! ”, eu disse, exultante, ao motorista. [...] O taxista de cabelo branco me sorriu, genuinamente feliz. “[...] É um grande passo na vida.”.
Sorri de volta, entendendo e compartilhando a alegria de meu ex-antípoda1 [...]. Apertamos as mãos e fui para o Rio de Janeiro, contente com meu futuro e acreditando na concórdia universal.
*Vocabulário:
1antípoda: contrário, oposto.
Nesse texto, o trecho que apresenta o desfecho da história é:
“Na última quinta, eu e o taxista de cabelo branco estávamos na Vinte e Três de Maio, a caminho de Cogonhas, ...”. (3º parágrafo)
“... eis que meu celular começa a tremer e gritar [...]. Atendi, nervoso. Ele disse que topava, fechamos negócio.”. (3º parágrafo)
“Quando desliguei, já estávamos no aeroporto, o carro encostando no meio-fio, com o pisca-alerta ligado.”. (4º parágrafo)
“‘Comprei uma casa! ’, eu disse, exultante, ao motorista. [...] O taxista de cabelo branco me sorriu, genuinamente feliz.”. (4º parágrafo)
Respostas
Resposta:
Quando desliguei, já estávamos no aeroporto, o carro encostando no meio-fio, com o pisca-alerta ligado.”. (4º parágrafo)
Explicação:
boa sorte!
No texto "O taxista de cabelo branco", o desfecho da história é apresentado no trecho: “Quando desliguei, já estávamos no aeroporto, o carro encostando no meio-fio, com o pisca-alerta ligado.”. (4º parágrafo). Alternativa C.
Desfecho de histórias
Na narrativa, se observa uma discórdia boba alimentada pelo passageiro e o taxista de cabelo branco que ele nem mesmo sabia o nome, e que provavelmente remontava a uma copa do mundo e discussões sobre o mundo do futebol, mas que apesar das viagens que tinham de fazer juntos, nunca se relacionaram muito bem.
O desfecho da história se apresenta na finalização de uma ligação telefônica por parte do passageiro, onde ele tomou consciência da compra de sua nova casa, e o taxista ficou feliz por ele, e então era findada a discórdia entre ambos.
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