Crianças e Adolescentes: direitos e deveres/deveres e direitos Na audiência,
compareceu a mãe acompanhando o filho adolescente, autor de prática
infracional equivalente a roubo majorado ‐ assalto à mão armada. Ouve‐se o filho
e, também, a mãe – que veio acompanhada de três outros filhos, sendo ainda
crianças (porque não tinha com quem deixá‐los), e aos poucos a realidade se
desnuda, ainda que já parecesse bem visível! Trata-se de jovem mãe,
presumivelmente com menos de trinta anos. Cuida – ou tenta cuidar – sozinha –
dos filhos. Não tem onde morar – ocupa um espaço semelhante a uma pequena
caverna na beira do Rio Capibaribe, rio que solenemente recorta a cidade do
Recife. Vive a mãe da mendicância ‐ a esmola que vicia, exclui e adoece ‐ e para
isso se faz acompanhar dos filhos (exploração?), na árdua tarefa de sobreviver.
Pai, figura ausente. Salário e emprego – ou ocupação útil – sonho desfeito ainda
na primeira juventude. Casa própria ou alugada – sem chances. Móveis e
utensílios, alguns. Dormia‐se no chão batido... Está posto o quadro, sem falar nos
comprometimentos na área médica e psicológica, uma vez que evidentes os
comprometimentos da família no quesito saúde física, mental e emocional. Exigia
o Estado‐Autoridade que se processasse o Adolescente Infrator, como foi feito.
Mas gritava, clamava, urrava o Estado‐Providência que se desse acolhimento e
proteção integral àquela mãe e prole, que expunham de forma quase incoercível
suas carências e ansiedades. Encaminhamentos foram realizados. De um lado a
exigência pelo cumprimento dos deveres – cumprir a lei, fazer aos outros o que
para si e dar a cada um o que a cada um pertença – e, em relação ao
adolescente, não voltar a cometer infrações, e cumprir, a mãe, os deveres da
maternidade/paternidade. De outro, um grito mudo pelos Direitos. Direitos
devidos ao cidadão. Ansiedade por cidadania. Cidadania que deveria significar
“Direito de ter direitos e dever de ter deveres”. Este é o verdadeiro conceito de
cidadania que deve imperar e nortear a nossa conduta perante nós mesmos e
perante o nosso próximo. Como atingir esse ideal de cidadania com a realidade
perversa que parece resistir a todas as tentativas de reforma e superação?
1.Diante deste texto, quem são os culpados? A sociedade? O governo? A violência? A escola? A desarmonia familiar? O medo? Dê sua opinião.
Respostas
Resposta:
A sociedade.
Explicação:
Eu não sei se como apenas filho que eu sou, além de neto, sobrinho, como tio, primo e irmão terei crédito em minhas palavras, pois aparentemente sou jovem, inexperiente e sem autoridade para falar do assunto.
Acredito que da mesma maneira que em certa altura da vida somos convocados à responsabilidade e compromisso como indivíduos na sociedade, por exemplo: aquele que deseja patrimônios e bens legalmente adquiridos tem o dever de trabalhar por isso, também alcançamos um estágio onde refletimos sobre nossas experiências no passar dos anos, atentamos para o ponto onde nós encontramos no atual momento da vida e das duas escolhas decidimos por apenas uma no que diz respeito ao nosso futuro: escolhemos amadurecer sob a pena de responder pelas ações, comprometidos com nossa própria existência no que é não apenas se preparar para a satisfação de conquistar a oportunidade de vivenciar um sonho ou desejo realizado e sim tornar-se o ponto de onde a próxima geração não apenas terá fundamento para prosseguir adiante, mas de onde nas dificuldades extrairão ânimo para não desistir da integridade ou considerado o árduo empenho necessário da primeira escolha e o vislumbre de uma realidade “não afetada” pela negligência dos esforços descritos acima, seguir descompromissado com aquilo que “não é problema meu, nem responsabilidade minha” sendo assim apenas mais um indivíduo a favor, e de posicionamento importante, contribuindo para permanência e perpetuação, até que se torne tradição, do estado de imaturidade e irresponsabilidade por parte do participante para com aqueles que futuramente deverão assumir tal responsabilidade.
20 de Novembro de 2020
Deus não leva em conta o tempo da ignorância, mas isso não anula a responsabilidade quando é chegada a hora de tê-la.
Uma coisas que nem todo ser humano cresce ouvindo, para que aprenda a reconhecer e ser capaz de ensinar ao seus descendentes é que o mundo do qual agora somos participantes, e responsáveis pela subsistência, tem um dono e que nós como cidadãos dele também temos dono, que a propósito foi quem deu vida ao primeiro dentre todos aqueles de quem todos descendemos.