“Escrevia agora um novo capítulo sobre as causas da desvantajosa situação da agricultura na Rússia. Demonstrava que a pobreza russa provinha não só de uma má distribuição das terras e de uma orientação equívoca, mas também de uma civilização estrangeira anomalamente enxertada no país durante os últimos tempos e muito principalmente dos meios de comunicação, pois os caminhos de ferro haviam determinado a centralização nas cidades e concorrido para o desenvolvimento do luxo, tudo em detrimento da agricultura. As novas indústrias fabris, o crédito, o jogo da bolsa, seu companheiro fiel, eram ainda consequências dessa mesma civilização estrangeira. [...] Sustentava que, tal como o desenvolvimento parcial e prematuro de uma parte do organismo animal impede o crescimento do todo, assim na Rússia o recurso ao crédito, as comunicações e a multiplicação das fábricas, talvez coisas necessárias na Europa, aonde chegavam no momento oportuno, mas prejudiciais onde eliminavam o problema essencial – organização da agricultura –, tinham impedido o desenvolvimento da riqueza do país.”
(TOLSTÓI, Leon. Anna Karenina. São Paulo: Nova Cultural, 1997. p. 394)
A partir desta leitura, responda:
1. De acordo com o texto, o que caracteriza “a civilização estrangeira anomalamente enxertada no país durante os últimos tempos”?
2. No século XIX e início do século XX, em todo o mundo, a construção de estradas de ferro geralmente era associada à ideia de progresso. De acordo com as reflexões do personagem, a associação ferrovia-progresso também se aplicava à Rússia? Por quê?
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engraçado, meu professor do ensino médio passou a mesma questão essa semana...
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