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São inquestionáveis os avanços empreendidos pela categoria nas últimas décadas, permitindo que a profissão adentrasse no século XXI com um acúmulo crítico-reflexivo e com um amadurecimento ímpar. No entanto, sabemos que essa configuração, em grande medida legatária de uma interlocução mais sólida com a tradição marxista, não resulta na inexistência de desafios analíticos. Ao revés, eles são muitos, merecendo destaque os relativos ao enfrentamento teórico-metodológico de temas mais diretamente afetos à dimensão interventiva da profissão.
Compartilhando desse entendimento, elegemos como tema de nossa tese de doutorado, defendida junto à PUC-SP em 2003, a abordagem individual como modalidade interventiva da prática profissional do assistente social, questão que não tem merecido investimentos analíticos significativos, mas que, paradoxalmente, continua sendo requerida substancialmente no cotidiano profissional. Uma avaliação, mesmo que superficial, nos mostra que a abordagem individual é, em maior ou menor grau, uma exigência na totalidade dos espaços ocupacionais e que as dificuldades em torno de sua concretização não se mostram pontuais ou residuais. Em assim sendo, nos parece inquestionável que a carência de investimentos analíticos que permitam sua iluminação à base da tradição marxista só pode fortalecer tais dificuldades e obstaculizar sua devida inserção no projeto ético-político profissional assumido nessas últimas décadas.
Para o enfrentamento desse tema, o caminho por nós percorrido envolveu uma maior aproximação à concepção de homem e de indivíduo no universo da tradição marxista, privilegiando o pensamento marxiano. Os resultados obtidos por intermédio dessa aproximação são aqui apresentados de forma parcial e concisa, resultados esses que, temos claro, não podem ser tomados como uma construção teórica substantiva sobre a individualidade humana, mas que podem permitir o oferecimento de contributos à reflexão sobre a intervenção do assistente social a indivíduos.