Duas coisas pregam hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes, ambas temerosas, ambas certas. [...] Uma é presente, outra futura, mas a futura vê-a os olhos, a presente não a alcança o entendimento. E que duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulverem reverteris: Sois pó, e em pó vos haveis de converter. Sois pó, é a presente; em pó vos haveis de converter, é a futura. II Apareceu Deus ao mesmo Moisés nos desertos de Midiã; manda-o que leve a nova da liberdade ao povo cativo, e perguntando Moisés quem havia de dizer que o mandava, para que lhe dessem crédito, respondeu Deus e definiu-se: Ego sum qui sum: Eu sou o que sou. [...] III Esta nossa chamada vida não é mais que um círculo que fazemos de pó a pó: do pó que fomos ao pó que havemos de ser. Uns fazem o círculo maior, outros menor, outros mais pequeno, outros mínimo. Mas, ou o caminho seja largo, ou breve, ou brevíssimo, como é círculo de pó a pó, sempre e em qualquer parte da vida somos pó. [...] VII Não vivemos como mortais, porque tratamos das coisas desta vida como se esta vida fora eterna. Não vivemos como imortais, porque nos esquecemos tanto da vida eterna, como se não houvera tal vida. [...] Aristóteles disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem, mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível é a porta por onde se entra. Se olhais para cima, uma escada que chega até o céu; se olhais para baixo, um precipício que vai parar no inferno, e isto incerto. [...] Esta é a melhor devoção e mais útil penitência, e mais agradável a Deus, que podeis fazer nesta quaresma. Tomar uma hora cada dia, em que só por só com Deus e conosco cuidemos na nossa morte e na nossa vida. ITEM 01 O tema tratado no texto é (A) pregação da igreja. (B) desentendimento da fé. (C) peregrinação de Moisés. (D) filosofia Aristotélica. (E) vida eterna. ITEM 02 “Tomar uma hora cada dia, em que só por só com Deus e conosco cuidemos na nossa morte e na nossa vida.” No trecho, evidencia-se a função da linguagem conativa ou apelativa, pois o texto é considerado um/uma (A) sermão – o autor de forma persuasiva usa o discurso com fins doutrinários. (B) notícia – presente nos meios midiáticos com finalidade de informar o tempo quaresmal. (C) publicidade – campanha de convencimento do interlocutor ao incorporar a conversão em sua vida. (D) resenha – texto crítico opinativo que visa influenciar a opinião do interlocutor sobre a fé. (E) crônica – o autor narra os fatos do cotidiano sobre o comportamento cristão. ITEM 03 O discurso empregado no texto apresenta um tom (A) satírico. (B) amoroso. (C) político. (D) catequético. (E) autoritário. “Uma é presente, outra futura, mas a futura vê-a os olhos, a presente não a alcança o entendimento.” No período, a palavra destacada estabelece uma relação de (A) acréscimo, em se tratando de uma conjunção aditiva. (B) explicação, em se tratando de uma conjunção explicativa. (C) conclusão, em se tratando de uma conjunção conclusiva. (D) contraste, em se tratando de uma conjunção adversativa. (E) alternância, em se tratando de uma conjunção alternativa. “[...] manda-o que leve a nova da liberdade ao povo cativo”. No trecho, a preposição destacada estabelece uma relação de (A) autoria. (B) causa. (C) lugar. (D) distância. (E) meio. ITEM 06 “Uns fazem o círculo maior, outros menor [...]. *Mas*, ou o caminho seja largo, *ou* breve, ou brevíssimo [...].” No trecho, as conjunções destacadas estabelecem, respectivamente, a ideia de No trecho, as conjunções destacadas estabelecem, respectivamente, a ideia de (A) explicação e adição. (B) acréscimo e explicação. (C) contraste e alternância. (D) explicação e conclusão. (E) conclusão e alternância. TEXTO II Leia o texto a seguir. Os Lusíadas (Luís Vaz de Camões) [...] As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, […] “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar, Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu!”
Respostas
Resposta:
ITEM O1 O tema tratado no texto é
(A) pregação da igreja.
(B) desentendimento da fé.
(C) peregrinação de Moisés.
(D) filosofia Aristotélica.
(E) vida eterna.
ITEM 02 [...] No trecho, evidencia-se a função da linguagem conativa ou apelativa, pois o texto é considerado um/uma
(A) sermão – o autor de forma persuasiva usa o discurso com fins doutrinários.
(B) notícia – presente nos meios midiáticos com finalidade de informar o tempo quaresmal.
(C) publicidade – campanha de convencimento do interlocutor ao incorporar a conversão em sua vida.
(D) resenha – texto crítico opinativo que visa influenciar a opinião do interlocutor sobre a fé.
(E) crônica – o autor narra os fatos do cotidiano sobre o comportamento cristão.
ITEM 03
O discurso empregado no texto apresenta um tom
(A) satírico.
(B) amoroso.
(C) político.
(D) catequético.
(E) autoritário.
Nos itens 04 e 05, eu precisaria saber quais são as palavras destacadas e você não as indicou e também não consegui encontrar...
ITEM 06 No trecho, as conjunções destacadas estabelecem, respectivamente, a ideia de
(A) explicação e adição.
(B) acréscimo e explicação.
(C) contraste e alternância.
(D) explicação e conclusão.
(E) conclusão e alternância
Espero que possa te ajudar, bons estudos!