• Matéria: Português
  • Autor: juniorfrifairi
  • Perguntado 4 anos atrás

Resumo do capítulo 8 do livro: Numa e a Ninfa.​

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respondido por: dudatelesferoz836y
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A reação da opinião pública à candidatura de Bentes era tão forte, tão geral e tão intensa, que o aparelho de compressão governamental não se julgava suficiente para vencê-la. Num pais, em que nunca os votos foram contados para a eleição dos seus representantes, os adeptos de Bentes temiam que o fossem pela primeira vez e derrotado o candidato do sindicato. Por todos os processos, procuravam-se obter aderentes e estes podiam contar com os favores mais inesperados do poder e da administração.
Liberato era coronel da Guarda Nacional e o velho chefe político de uma longínqua freguesia do Rio de Janeiro. Nela, em Cambuci, estava habituado a vencer ou simular vencer, sem protesto, as eleições. De uns tempos a esta parte, porém, o seu prestígio decaía e os eleitores se insurgiam contra o seu mando infecundo e nocivo. Tendo chegado a época de escolher novos vereadores, Liberato temeu uma derrota mais completa, tanto mais que Cambuci, como o resto do país, se rebelava contra a ascensão de Bentes. Liberato, logo em começo, avariado como estava no seu prestígio, tratou de hipotecar seus préstimos a Bentes, por intermédio de Campelo. Escusado é dizer que foram bem recebidos e em troca ele pode contar com o apoio incondicional dos promotores da candidatura Bentes.


Bogoloff, velho anarquista, compreendia que se pusesse em dúvida a lei, que se a condenasse; mas querer o Estado sem lei, admitir o despotismo como progresso, não querer restringir o governo, era absurdo, que não compreendia em inteligências tão medrosas da palavra rei ou imperador.
De resto, aquela superstição de virtudes especiais do militar tinha uns restos de concepção de nobreza, de classe privilegiada, muito de admirar na mentalidade de um republicano.
Alongava-se o russo nessas considerações quando o cansaço mental levou-o a ler um jornal. Ele os lia durante as horas que administrava a Pecuária Nacional, com vagar e distraído. Na primeira leitura, não lhe tinha caído sob os olhos aquele trecho. Leu:
"Agita-se agora a sucessão presidencial do Estado das Palmeiras. Com a resignação do cargo pelo senador Macieira, presidente eleito, a curul governamental daquele Estado, deve ser preenchida brevemente, por meio de eleição. A abandalhada oligarquia que faz a infelicidade daquela terra, quer levar para o palácio das Pitangueiras a inválida figura do deputado Malaquias. Há nisso uma indecente manobra de Macieira. Não estando certo de que maneira o honrado general Bentes irá proceder com estas pustulentas oligarquias, resignou o poder para ficar aqui no centro, neutralizando a ação purificadora do governo que vem; enquanto isso, punha lá Malaquias, tio-avô da esposa do futuro presidente. Nós nada temos a dizer quanto ao Sr. Malaquias, a não ser que é uma figura apagada na política; mas, quem devia ir reger os destinos de Palmeiras, era o Coronel Contreiras, também parente do honrado general Bentes, possuidor como ninguém de uma brilhante fé de ofício com o curso de estado-maior, e engenharia, tendo no peito medalhas que muito recomendam os seus serviços de guerra. Além de tudo, o coronel Contreiras é um homem honesto, que tem vivido até agora do seu soldo, apesar de ter passado por boas comissões, e é filho do venerando José Maria".
Esta notícia, ou como se diz nos jornais, esse "suelto", fora lido com espanto por todos os que se interessavam pela política. Desde dez ou quinze anos que se perpetuavam na presidência do Estado das Palmeiras os apaniguados de Macieira e o próprio Macieira, não tentando ninguém disputar-lhe a indicação.

juniorfrifairi: Te amo cara
dudatelesferoz836y: foi o máximo q eu consegui resumi
juniorfrifairi: Tá mec. VOCÊ É MUITO FODASTICO!!!
dudatelesferoz836y: ❤️
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