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E eu ia mesmo lançar-me ao mar; ia para o mar em uma escuna, com um contramestre que sabia dar ordens e marinheiros de tranças que cantavam; ia para o mar em busca de uma ilha desconhecida a fim de procurar tesouros enterrados!”
Nesse livro, Robert Stevenson (mesmo autor de O Médico e o Monstro), conta a história fantástica de um adolescente que embarca em um navio repleto de piratas em busca de um tesouro escondido em uma ilha deserta. Apesar desse livro ter sido escrito entre 1882 e 1883, ou seja, bem depois dos relatos e ataques piratas mais famosos, ainda havia um resquício por aventuras rumo ao desconhecido. Esse livro mostra, assim, um pouco do imaginário de sua época. O próprio autor, em 1889, aventurou-se numa viajem veleiro em diversos arquipélagos do Pacífico-Sul, junto com a esposa e o enteado e se estabeleceu definitivamente em Apia, nas Ilhas Samoa.
Acompanhamos a aventura sobre o olhar de James (Jim) Hawkins, um pré-adolescente que morava com seus pais no litoral da Inglaterra e ajudava na estalagem de seu pai. Sua vida muda por completo quando um velho marinheiro se hospeda na estalagem e passa a viver bebendo rum, cantarolando canções do mar e a demonstrar medo de qualquer visita inoportuna. Até que um dia essa visita inesperada ocorre, e Jim conhece a verdadeira identidade de seu hóspede: ele era, na verdade, um pirata e em seu baú estava o mapa que levava ao tesouro do temível Capitão Flint, enterrado em uma ilha deserta no meio do Oceano.
O Doutor abriu o lacre com muito cuidado e de dentro caiu o mapa de uma ilha, com latitude e longitude, sondagens de profundidade, nomes de colinas, baías e angras e cada particular que pudesse ser necessário para levar um barco a uma ancoragem segura em suas praias.
Quando Jim conta a história para o médico (e também autoridade) da localidade, Doutor Livesey e para o rico proprietário Conde Trelawney logo uma incrível viagem em busca do tesouro é organizada. Mas, para a surpresa e horror de Jim, quando ele se vê dentro da escuna que o levará para essa aventura ele descobre que a tripulação é formada por piratas e que o cozinheiro é na verdade o famoso Capitão Long John Silver que tinha uma perna de pau, homem que tanto apavorava o pirata hospedado na estalagem de seu pai.
A viagem tem inicio e Jim descobre que o Capitão Silver planeja um motim depois que o tesouro estiver no barco. Rapidamente ele conta ao Doutor e ao Conde que se preparam para o combate quando chegar a hora. E quando a hora do desembarque chega e o motim ocorre antes do esperado, Jim, o Doutor, o Conde e mais 3 piratas leais se escondem em uma fortaleza natural na própria ilha, com munições, provisões e o mais importante o mapa do tesouro.
Segurei-me com ambas as mãos até que me doeram as unhas, e fechei os olhos, para não ver o perigo. Gradualmente, meu espírito assumiu o controle de novo, meu pulso baixou para um ritmo mais natural, e retomei o controle de mim mesmo.
A aventura se desenrola e após alguns combates e algumas mortes, Jim tenta encontrar alguma outra saída quando encontra com um homem. Esse homem é Ben Gunn, um dos piratas do Capitão Flint que estava na ilha para enterrar o tesouro, mas foi deixado para morrer na ilha por conta de desavenças. Ben Gunn se mostra um aliado valioso, pois trocava o tesouro de Flint por sua liberdade e retorno à Inglaterra.
Enfim, um livro de aventura como poucos. A história flui de forma muito interessante e parece que estamos vendo um filme da Sessão da Tarde. As ações se desenrolam alternando momentos de tensão com momentos de surpresa e combate. A visão do jovem Jim Hawkins dos acontecimentos mostra o amadurecimento do personagem no decorrer do livro, e se no início ela era apenas um jovem simples do litoral da Inglaterra, depois dessa aventura ele havia se tornado um homem cheio de histórias para contar.
Quantas vidas tinha custado para ser reunido, quanto sangue e quanto sofrimento, quantos bons navios afundados para as profundezas do mar, quantos homens bravos caminhando vendados pela prancha, quantos tiros de canhão, quanta vergonha, e mentiras, e crueldades, talvez nenhum vivo pudesse contar.
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