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A superlotação hospitalar é um problema importante para todo tipo de instituição de saúde dos que antes eram incidentes isolados, por exemplo, associados à temporada de gripe, tornaram-se uma experiência cotidiana. A superlotação é tão comum que mais de seis entre 10 hospitais em todo o país estão operando no limite ou acima da sua capacidade.5 É uma ocorrência diária nos hospitais, como foi relatado por 28% dos diretores de pronto-socorro (PS) recentemente entrevistados.6 Além disso, a superlotação hospitalar não está limitada às instituições acadêmicas e rurais: é um problema significativo em hospitais universitários, municipais e também privados, tanto nas áreas urbanas quanto rurais. Os hospitais da costa nordeste e oeste têm sido particularmente atingidos, mas nenhuma instituição está imune à superlotação.3
À primeira vista, a superlotação foi considerada um fenômeno isolado, ligado ao pronto-socorro. Entretanto, quanto mais os prestadores e pesquisadores do sistema de saúde mergulham em causas e soluções, mais a superlotação é percebida como um problema sistêmico. Em muitos casos, o próprio pronto-socorro não é a causa, mas apenas a unidade mais vulnerável a entrar em pane.
O que provoca a superlotação hospitalar? O debate sobre suas causas pode continuar por longo tempo, mas muitos concordariam que ela é o resultado de uma série de fatores complexos (ver Fig. 1.1). A superlotação resulta das cinco seguintes tendências simultâneas, a maioria das quais está relacionada a demandas de eficiência associadas ao aumento de expectativas:
A eficiência exigida dos hospitais os impele a operar próximos à sua capacidade máxima, o que provoca uma carência de recursos, incluindo pessoal e equipamento, no pronto-socorro.
A eficiência exigida do sistema de saúde impele os pacientes a buscar atendimento no lugar mais acessível, o que resulta em uma carência de equipamentos e de capacidade de pessoal para cuidar dos pacientes de emergência.
A eficiência exigida dos hospitais os impele a uma disponibilização média, em vez de máxima, da equipe, dos equipamentos e dos leitos (especialmente dos leitos monitorados), o que resulta em uma flexibilidade limitada para acomodar qualquer fluxo inesperado de pacientes, não apenas no pronto-socorro, mas em todo o hospital.
A eficiência exigida dos médicos limita a sua disponibilidade para atender pacientes não-agendados ou até mesmo para retornar seus telefonemas, encorajando esses pacientes a buscar locais alternativos, principalmente o pronto-socorro.
As crescentes expectativas dos pacientes focam-se na conveniência do serviço, incluindo atendimento assim que há necessidade e disponibilidade 24 horas do serviço de emergência, independentemente da capacidade de pagamento; isso é exacerbado pela dificuldade dos pacientes não-segurados de encontrar atendimento básico na comunidade