Recado de fantasma
Tudo começou quando nos mudamos para aquela casa. Era um antigo sobrado, com uma grande varanda envidraçada e um jardim. Eu me sentia tão feliz em morar num lugar espaçoso como aquele, que nem dei atenção aos comentários dos vizinhos, com quem fui fazendo amizade. Eles diziam que a casa era mal-assombrada. Alguns afirmavam ouvir alguém cantando por lá às sextas-feiras.
- Deve ser coisa de fantasma! - falavam.
- Se existe, nunca vi! - E então contava a eles que as casas antigas, como aquela, com revestimentos e assoalho de madeira, estalam por causa das mudanças de temperatura. Isso é um fenômeno natural, conforme meu pai havia me explicado. Mas meus amigos não se convenciam facilmente. Apostavam que mais dia menos dia eu levaria o maior susto.
Certa noite, três anos atrás, aconteceu algo impressionante. Meus pais haviam saído e eu fiquei em casa com minha irmã, Beth. Depois do jantar, fui para o quarto montar um quebra-cabeça de 500 peças, desses bem difíceis.
Faltava um quarto para a meia-noite. Eu andava à procura de uma peça para terminar a metade do cenário quando senti um ar gelado bem perto de mim. As peças espalhadas pelo chão começaram a tremer. Vi, arrepiado, cinco delas flutuarem e depois se encaixarem bem no lugar certo. Fiquei tão assustado que nem consegui me mexer. [...]
MUNIZ, Flavia. Recado de fantasma. Nova Escola. São Paulo: Abril, v. 1, ago. 2004. p. 13. Edição Especial: Contos para crianças e adolescentes.
Como estratégia de produção de mistério no conto, foi utilizado um narrador em 1a pessoa que
A
conta os fatos sob a perspectiva dele, levando o leitor a ficar tão intrigado quanto ele.
B
esconde propositalmente os verdadeiros fatos do leitor, instigando hipóteses até o fim da narrativa.
C
assume o ponto de vista das personagens sobre as quais narra, sabendo de tudo apesar de não participar dos fatos.
D
narra situações transmitidas de pessoa para pessoa por meio da oralidade, contando a narrativa com base no que entendeu.
Respostas
respondido por:
4
Resposta:
letra A
Explicação:
Ele faz a narativa em primeira pessoa pois a sua intenção é o leitor vivenciar os acontecimentos assim como o próprio escritor vivenciou.
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