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Resposta:
O Engenho de Sergipe, também designado de Engenho de Sergipe do Conde, foi um engenho de açúcar da época do Brasil colonial. Localizava-se em Sergipe do Conde, no atual município de São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano,[1] junto ao rio Sergipe, tendo sido fundado por Fernão Rodrigues de Castelo Branco, que obteve aquele território em sesmaria. Pertenceu posteriormente ao conde de Linhares e à sua mulher, que o passou por herança à Companhia de Jesus.[2] O engenho foi um dos responsáveis pela grande produção de açúcar em Santo Amaro, na Bahia, chegando a possuir mais de 300 escravos.[3]Fernão Rodrigues de Castelo Branco
Em 1559, Fernão Rodrigues de Castelo Branco, jurisconsulto e nobre português, que então ocupava o cargo de almotacé-mor do Reino, pediu em sesmaria a Mem de Sá Sottomayor, que então governava o Estado do Brasil, "para fazer um engenho, um rio, que chamam Sergipe, com duas léguas de terra junto do mar, a saber, meia légua de terra da boca do rio escontra[nota 1] Passê, e légua e meia da dita boca escontra Pravassû, e quatro léguas pela terra dentro de leste a oeste, e assim duas ilhas que estão defronte da boca do rio, a grande, que chamam Cajaiba, e outra, que naquele tempo não tinha nome, que está junto da grande da banda de Pravassû".[2]
Em 20 de julho desse ano, Fernão Rodrigues de Castelo Branco obtém de Mem de Sá a carta de sesmaria, dando-lhe a água do rio Sergipe, duas léguas de costa e quatro para o sertão, para aí fazer um engenho. Em 26 de setembro, faz Castelo Branco nova súplica ao governador, informando que houvera erro no pedido inicial, e que a água que pede para fazer o engenho é "a que chamavam Ipitanga, que vinha cair no mesmo rio Sergipe", obtendo a concessão, com obrigação de no espaço de três anos fazer benfeitorias e o engenho, e que fosse obrigado a vir residir para o Brasil, "por sua qualidade, e por ser Almotacé-mor de Sua Majestade".[2]
Em 10 de abril de 1564, fez Fernão Rodrigues de Castelo Branco nova petição a Mem de Sá, referindo a sua sesmaria de Sergipe, na qual fazia um engenho e gastava muito dinheiro, e que como para o engenho necessitava muito gado,e o pasto era pouco na sua terra ao longo do mar, pedindo ao governador que lhe desse uma terra onde acabava a sua, de Pravassû por diante uma légua, e outro tanto para dentro, em direção ao sertão, o que prontamente obteve.[2]
A 28 de outubro de 1568, escreve nova petição ao governador, dizendo que funcionários que serviam no seu lugar haviam dado as terras que tinha de sesmaria a outras pessoas, sem que tivessem poder para isso, e que estas nunca as haviam aproveitado no prazo dos três anos, pedindo novamente para si a sesmaria das mesmas terras, o que igualmente obteve.[2]
Conde de Linhares
Em 6 de outubro de 1571, Fernão Rodrigues de Castelo Branco renuncia à sesmaria das terras de Sergipe, incluindo duas ilhas, e um engenho de água na ribeira de Ipitanga, e com as restantes benfeitorias, entre as quais muitas casas-fortes, roças e canaviais.[4] Passou a fazenda ao governador Mem de Sá, que a deu em sesmaria a seu filho, Francisco de Sá. Este fez renúncia das mesmas terras em sua irmã D. Filipa de Sá, que veio a casar com D. Fernão de Noronha, 3º conde de Linhares, o qual teve as terras confirmadas pelo rei D. Sebastião no ano de 1576.[2]
Em 25 de março de 1600, querendo D. Fernão de Noronha medir estas terras, D. Filipe I de Portugal manda ao Ouvidor Geral das partes do Brasil que a "meu muito amado sobrinho, do meu conselho de Estado (...) que façais a demarcação que nela requer, que se faça do Engenho de Açúcar que tem na Capitania do Salvador na Bahia de Todos os Santos, e das sesmarias e terras que lhe mais pertencem", e que o próprio Ouvidor Geral vá em pessoa com um escrivão que para o efeito haveria de nomear ao dito engenho, para proceder às demarcações.[2] Em 1602, concedida ao conde de Linhares a provisão para medir e demarcar as terras, opôs-se-lhe o pai do padre Francisco de Araújo, em cujo meio tempo veio o conde a morrer sem ver concluída a demarcação.[2]
Morreu o conde D. Fernão de Noronha em 13 de março de 1609, sucedeu-lhe na herança a condessa D. Filipa, sua mulher, recolhida na sua Quinta de Telheiras, em Lisboa.[5] Em 29 de julho de 1617, o padre Francisco de Araújo consegue sentença favorável contra a condessa, para que medisse e demarcasse as terras de Sergipe. Porém, como da sentença não constasse a paragem por onde haviam de começar a medir as terras, pediu a condessa que tal se determinasse antes de mais nada.[2]
Companhia de Jesus
Resposta:
existiam na propriedade dois engenhos, o Engenho do Conde e o Engenho da Petinga, ambos movidos a água, sendo que o segundo até recentemente fora movido a cavalos.
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